Redação – 20.05.2024 – Pela primeira vez, fontes renováveis foram responsáveis por mais de 30% da energia elétrica global, com Brasil se destacando também em geração por fonte solar
Segundo relatório do think tank global de energia Ember, o Brasil registrou o segundo maior crescimento em energia eólica do mundo em 2023, atrás apenas da China. O Brasil viu uma rápida expansão da energia solar e eólica nos últimos anos, alcançando uma participação de 21% em 2023, à frente da média regional para a América Latina e o Caribe (14%), mas atrás de países como Uruguai (39%) e Chile (32%). A energia hidrelétrica continua sendo a maior fonte de eletricidade no Brasil, gerando 60% da eletricidade do País em 2023.
A energia solar também é um ponto positivo no Brasil e surpreendeu a análise da Ember, que vê ela crescendo mais rápido do que o esperado. O País viu a energia solar aumentar de quantidades insignificantes em 2015 (0,01%) para 7,3% em 2023, com a geração quase dobrando apenas no último ano devido a novas regulamentações e tarifas de alimentação. Como resultado, o Brasil é o sexto maior produtor de energia solar do mundo.
Em termos globais, o estudo mostra que o crescimento da energia solar e eólica levou o mundo a superar a marca de 30% de eletricidade renovável pela primeira vez, de acordo com o novo relatório do think tank global de energia Ember. Destaque na análise, o Brasil gerou 89% de sua eletricidade a partir de fontes renováveis no ano, quase três vezes a média global.
Desde 2000, as energias renováveis expandiram-se de 19% para mais de 30% da eletricidade global, impulsionadas por um aumento na energia solar e eólica de 0,2% em 2000 para um recorde de 13,4% em 2023. Como resultado, a intensidade de CO2 na geração global de energia atingiu seu nível mais baixo em 2023 – 12% menor do que seu pico em 2007.
Ponto de virada já começou
O relatório conclui que o rápido crescimento da energia solar e eólica levou o mundo a um ponto crucial de virada, onde a geração de energia fóssil começa a declinar em nível global. A Ember afiram que a queda das emissões do setor de energia é agora inevitável, sendo que 2023 provavelmente foi o ponto de inflexão – o pico das emissões no setor de energia. Mas o ritmo da queda das emissões depende de quão rápido a revolução das energias renováveis vai continuar, alerta.
A energia solar foi o principal vetor de crescimento da eletricidade em todo o mundo, adicionando mais do que o dobro de eletricidade nova em comparação ao carvão em 2023, e manteve seu status como a fonte que mais cresce no mundo pelo 19o ano consecutivo. A solar ultrapassou a energia eólica para se tornar a maior fonte de eletricidade nova pelo segundo ano consecutivo. O relatório destaca o Chile como o país com a maior participação de eletricidade solar no mundo, representando 20% de sua matriz elétrica em 2023, um aumento significativo em relação a apenas 1,9% em 2015.
Na COP28, realizada em dezembro, líderes mundiais chegaram a um acordo histórico para triplicar a capacidade global de energias renováveis até 2030. A meta estabelecida faria o mundo atingir 60% de eletricidade renovável até 2030, o que cortaria quase pela metade as emissões do setor de energia e colocaria o mundo em um caminho alinhado com a meta climática de 1,5 °C.
O relatório Global Electricity Review fornece a primeira visão abrangente do sistema de energia global em 2023 com base em dados de nível nacional. A análise abrange 80 países que representam 92% da demanda global de eletricidade, além de dados históricos para 215 países.