Reconstrução de redes de fibra óptica no RS pode levar até um ano

Redação – 21.05.2024 – Além de afetar as vias aéreas de redes de operadoras e provedores, data centers também foram afetados A reconstrução do Rio Grande do Sul após as enchentes será um grande desafio de infraestrutura e vai exigir a recuperação das redes de fibra óptica do estado. Os cabos, que podem ter se […]

Por Redação

em 21 de Maio de 2024
Nível da água baixa e começa a mostrar lixo e entulho, no Centro Histórico de Porto Alegre (foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil).
Redação – 21.05.2024 – Além de afetar as vias aéreas de redes de operadoras e provedores, data centers também foram afetados

A reconstrução do Rio Grande do Sul após as enchentes será um grande desafio de infraestrutura e vai exigir a recuperação das redes de fibra óptica do estado. Os cabos, que podem ter se rompidos ou danificados pela força da água e pelos detritos arrastados pela correnteza, vão precisar de ao menos seis meses – que podem ser estender até um ano – para serem recuperados.

A previsão é de especialistas que ainda avaliam o tamanho do estrago nas redes ópticas. O trabalho envolve equipes de técnicos que devem trabalhar para avaliar os danos, substituir equipamentos danificados, reparar cabos e restabelecer a conectividade. Em muitos casos, pode ser necessária a reestruturação da infraestrutura de rede desde o início, o que pode levar de seis meses a um ano, preveem especialistas.

“Em situações como essas, equipamentos de rede que não tenham a chamada proteção IP 67 e IP 68 – que certifica uma vedação altamente eficaz em caso de submersão – ou que porventura foram instalados sem a precisão indicada, podem ser inundados e, com isso, comprometendo seu funcionamento e, inclusive, exigindo substituição”, enfatiza o Gerente de Engenharia da Fibracem, companhia especializada no mercado brasileiro de comunicação óptica, Sebastião Rezende.

O cenário de caos coloca evidencia também em mais um ponto sensível: a falta de comunicação. Com muitas pessoas ainda desaparecidas e muitas ‘ilhadas’, a inexistência de notícias de familiares, parentes e amigos pode se tornar ainda mais angustiante em momentos extremos. “Sem falar que, sem uma internet funcionando, equipes de resgate ficam impossibilitadas de contar com recursos importantes, como geolocalização, que facilitaria e daria mais celeridade ao processo de busca e resgate de sobreviventes”, comenta Rezende.

Nível da água baixa e começa a mostrar lixo e entulho, no Centro Histórico de Porto Alegre (foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil).

Data centers e aeroporto destruídos

Os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul também afetaram infraestruturas internas dos data centers, que são essenciais para manter a conectividade e garantir a continuidade dos serviços digitais. O atual contexto coloca em evidência a importância de colocar como prioridade, também, o planejamento mais aprofundado sobre a localização ideal dos ambientes de data centers.

O Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, também é um ponto de preocupação. Severamente atingido pelas enchentes e fechado por tempo indeterminado, é bem provável que a infraestrutura de rede interna responsável pela comunicação aeroportuária tenha sido danificada. A Fibracem estima que, no mínimo, 60% dos componentes presentes para o funcionamento de um data center foi comprometido e deverá ser substituído.