Redação – 10.06.2024 – Empresas do grupo buscam diminuir as emissões de sua produção o máximo possível investindo em energias solar e eólica
A Hydro, empresa que atua na cadeia do alumínio, investe R$ 7,5 bilhões em geração de energia renovável com parque solar e eólico, tendo com alguns dos principais clientes consumidores as suas plantas de bauxita, alumina e alumínio no Pará. A Hydro REIN, braço da empresa com foco em geração de energia renovável, tem três projetos em andamento no país: Boa Sorte (solar), Ventos de São Zacarias (eólico) e Mendubim (solar).
O complexo solar Boa Sorte abastecerá com energia limpa 12% do consumo total da Albras, joint-venture entre a Hydro e a Nippon Amazon Aluminium Co. (NAAC), maior produtora de alumínio primário do Brasil, localizada em Barcarena (PA), durante os próximos 20 anos. O empreendimento está localizado em Paracatu (MG) e tem capacidade total instalada de 438 MWp, o que deve gerar cerca de 100 MW médios ou 920 GWh anuais, o equivalente ao abastecimento de mais de 394 mil residências.
A Albras investe, também, no complexo solar de Vista Alegre, localizado em Janaúba (MG), com capacidade instalada de 902 MWp, equivalente a 768 MWac e produzirá 200 MW médios ou 2TWh anuais, evitando a emissão de 2,4 milhões de toneladas de CO2, durante os 20 anos de operação da planta.
Já o Mendubim, realizado em parceria com a Scatec e a Equinor ASA, iniciou em março as operações do projeto solar com capacidade de 531 megawatts (MW). As empresas assinaram um PPA de 20 anos com a refinaria Hydro Alunorte, que consumirá aproximadamente 60% da energia produzida.
Por último, o Ventos de São Zacarias é um projeto de energia eólica de 456 MW. Localizado nos estados do Piauí e Pernambuco, o projeto será construído em um dos maiores clusters de parques eólicos da América Latina e atenderá a Hydro Paragominas e a Hydro Alunorte.
Alunorte se destaca
A Alunorte já é uma das refinarias mais eficientes no consumo de energia do mundo, figurando entre as 25% mais eficientes em baixa emissão. A mudança da matriz energética da Alunorte tem um papel crucial para atingir as metas de descarbonização da Hydro. Por isso, o óleo combustível utilizado na refinaria, localizada no município paraense de Barcarena, está sendo substituído por gás natural. Com investimento de R$ 1,3 bilhão, a previsão é atingir 100% de conversão ainda este ano.
A refinaria também investiu R$ 42 milhões na instalação, em 2022, de uma nova caldeira elétrica, a maior disponível no mundo. Esta foi a primeira e mais duas estão previstas para entrar em operação ainda esse ano. Combinando os projetos do gás natural e das caldeiras elétricas em plena operação, e outras iniciativas de eficiência energética, estima-se uma redução de 35% nas emissões de CO2, ou seja, cerca de 1,4 milhão de emissões de carbono em relação à referência de emissões de 2017.
Além disso, a refinaria está investindo para suprimir o carvão completamente de suas operações até 2030. Entre as novas fontes de energia que estão sendo estudadas, está a biomassa a partir do caroço do açaí, cuja polpa é consumida em larga escala no Pará. Com investimento de R$ 500 mil somente em pesquisa, o projeto é resultado de uma parceria com a Faculdade de Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Pará (UFPA). A fase é de estudo de viabilidade técnico-econômica do uso do caroço do açaí como combustível para as caldeiras da Hydro Alunorte.
Albras na busca pelo alumínio “verde”
Com uso de energia elétrica renovável e estabilidade dos processos produtivos, a série de alumínio de baixo carbono possui emissões máxima de 4 kg de CO2e por quilo de alumínio produzido, valor significativamente inferior à média global definida pela International Aluminium Institute (12,9 tCO2e/t Alumínio).
Em 2023, a Albras obteve pelo sexto ano consecutivo o Selo Ouro no programa brasileiro de monitoramento de emissões de gases de efeito estufa “GHG Protocol”, validado por auditoria de terceira parte acreditada. Esta certificação evidencia a robustez e transparência do nosso inventário de emissões, ressaltando o atendimento aos padrões internacionais. Tal iniciativa fortalece o comprometimento da empresa em produzir alumínio de baixo carbono e estreita colaboração com partes interessadas para promover a inovação e descarbonização do setor.
Além disso, a Albras alcançou um marco importante ao renovar a certificação internacional Aluminium Stewardship Initiative (ASI) nos padrões de Desempenho e de Cadeia de Custódia. A conquista reforça o compromisso com a produção responsável e sustentável de alumínio. Uma auditoria externa, realizada em janeiro de 2024, atestou que a empresa atende a 97 requisitos no critério Padrão de desempenho, divididos entre critérios de Meio Ambiente, Social e Governança (ESG). E a 101 requisitos ara Cadeia de Custódia, divididos entre os elementos gerais dos sistemas de gerenciamento que as empresas precisam para efetivamente implementar a norma.
A Albras, também, possui uma certificação internacional que atesta que seus produtos são fabricados em uma instalação com zero resíduos enviados para aterros sanitários. A certificação se refere ao Programa Zero Waste to Landfill, concedida à Albras em março de 2023 e renovada em 2024, e faz com que a Companhia seja referência em gerenciamento de resíduos sólidos no estado do Pará e em outras empresas do ramo.