Durante o painel “Sustentabilidade na relação com os usuários: o que os clientes esperam das concessões das rodovias?”, que ocorreu no dia 7 de agosto na Bienal das Rodovias, em Brasília (DF), a Associação Brasileira de Operadores Logísticos (Abol) apresentou a percepção do setor sobre as rodovias nacionais. É consenso entre os associados que as vias concedidas à iniciativa privada são boas, regulares e ótimas, visto que 68% deles reconhecem que as concessões melhoraram a qualidade das vias.
Apesar do aumento dos custos, muito impactados pelos valores de alguns pedágios, a diretora executiva da Abol, Marcella Cunha, citou os avanços nos quesitos de infraestrutura e de segurança em relação a acidentes como justificativa para a boa percepção do setor sobre as rodovias concedidas. Entre os pontos fortes, estão a melhor pavimentação e sinalização das vias e a maior responsividade em casos de acidentes.
Por outro lado, os operadores logísticos (OL’s) foram mais críticos sobre as rodovias não concedidas, sendo vistas como regulares (50%), ruins e péssimas. Os dados também contrastam com o que foi apurado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). “Ao contrário da pesquisa de 2023 da CNT, que revela que boas e ótimas somam quase 23% dos respondentes”, mencionou Marcella.
Onde rodovias concedidas erram, na visão de operadores logísticos
Segundo ela, o único ponto da segurança ainda mal avaliado nas rodovias concedidas é o roubo de cargas e ele vai ao encontro das respostas dos OLs de que poderá haver melhor controle e monitoramento do tráfego. Receberam boas avaliações, como “as rodovias que deram certo”, a Autopista Régis Bittencourt (BR-116/SP/PR), a CCR Rio/SP (BR-116/101/SP/RJ), a Autopista Fernão Dias (BR-381/MG/SP) e a Ecovias do Cerrado (BR-364/365/MG/GO)
“Concluímos que as rodovias concedidas acabam compensando, pois trazem menor prejuízos aos OL na conta final, quando consideramos valor de pedágio, custos com manutenção e gastos com consumo extra de diesel em pavimentações em má condições”.
Marcella ainda apontou que entre as principais atividades realizadas pelos OLs estão o Transporte Rodoviário Fechado de Cargas (92%) e o Fracionado (63%). A cabotagem fica apenas com 12%, o ferroviário com 5% e o aéreo nacional, com 27%. Vale destacar que o segmento é formado por por mais de 1.300 empresas, de pequeno, médio e grande portes.