55% dos executivos de infraestrutura não conseguem integrar ESG às estratégias de negócio

Uma pesquisa da KPMG realizada com 60 executivos do setor brasileiro de infraestrutura mostrou que o principal desafio de iniciativas ESG é a integração com as estratégias de negócios

Por Redação

em 16 de Agosto de 2024
Imagem por Freepik.

Uma pesquisa da KPMG realizada com 60 executivos do setor brasileiro de infraestrutura mostrou que o principal desafio de iniciativas ESG é a integração com as estratégias de negócios, dificuldade que aflige 55% dos entrevistados. As mudanças regulatórias e novas exigências em relação à sustentabilidade também foram mencionadas por 40%, refletindo a complexidade de se manter atualizado e em conformidade com as normas em constante evolução.

Os executivos do setor sabem a importância do ESG e 53% elencam que os impactos ambientais e sociais são cruciais para a decisão de adotar iniciativas sustentáveis. A capacidade de gerenciar melhor os riscos, reduzindo potenciais impactos financeiros e reputacionais, é destacada por 44%.

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O levantamento também mostra que as principais oportunidades de negócios em infraestrutura geradas pela agenda ESG incluem a redução de riscos financeiros, regulatórios e de reputação (56%) e a atração de investimentos de longo prazo (24%).

A expectativa é de que a transição energética aumente a demanda por investimentos em fontes renováveis de energia e oportunidades em áreas como armazenamento de energia e mobilidade elétrica, ambos com 36% das respostas. Mudanças regulatórias e incentivos governamentais também são elementos críticos para essa transição, conforme destacado por 32% dos participantes

Investimentos e concessões

A pesquisa também apurou as opiniões sobre prioridades de investimento do País e qual é o interesse do setor. A área que mais precisa de investimentos na visão de 49% dos entrevistados é o ferroviário, seguido por rodovias e infraestrutura social, como hospitais e escolas, ambos com 35%.

Para 38%, o maior interesse está em concessões de projetos greenfield, que envolvem a construção de novas obras a partir do zero em regiões não desenvolvidas previamente, oferecendo maior flexibilidade de design e uso de tecnologias modernas nesses projetos. As concessões de ativos existentes (relicitação/devolução) aparecem em segundo lugar, com 34%, destacando o interesse na revitalização ou renegociação de ativos já existentes.

A prioridade estratégica para crescimento está focada na eficiência operacional e os investimentos em infraestrutura verde e soluções de adaptação climática, com 29% e 31% das respostas, respectivamente. O rebalanceamento do portfólio, escolhido por 27%, e o investimento em inovação e tecnologia, apontado por 23%, também se destacam como estratégias importantes, indicando uma atenção significativa à modernização e à sustentabilidade dos projetos.

Desafios e riscos

Entre os desafios que mais afetam o setor de infraestrutura no Brasil, em primeiro lugar, destaca-se a discrepância entre a performance estimada em estudos e o desempenho real dos projetos, apontada por 45% dos respondentes. A segurança regulatória é mencionada por 42%, indicando preocupações com a estabilidade e a previsibilidade das normas que regem o setor.

Em relação aos riscos, 54% dos respondentes apontaram as questões regulatórias como as mais significativas, refletindo uma séria preocupação com a instabilidade e a imprevisibilidade das normas que regem o setor. Em segundo lugar, aparecem os riscos jurídicos, mencionados por 37%, indicando que litígios e inseguranças legais têm um grande potencial de afetar os investimentos.