A Eldorado Brasil Celulose está usando efluentes tratados para reverter o fluxo de água e gerar energia, otimizando o processo antes da devolução ao rio Paraná, em Três Lagoas (MS). A intenção é tornar mais eficiente a gestão operacional dos recursos hídricos na fábrica. A empresa diz que a tecnologia com bombas inversas, funcionando como turbinas, já é modelo no mercado de refluxo para águas, mas para fins de efluentes é uma inovação.
A mini hidrelétrica foi ideia do diretor industrial, Carlos Monteiro, que contou com a ajuda do time de Inovação e Tecnologia da Eldorado e do professor Augusto Viera, da Universidade de Itajubá (MG). Juntos, eles desenvolveram o sistema, que usa duas turbinas para reverter o fluxo da água e gerar energia antes da devolução ao rio.
Cada uma das turbinas tem capacidade de bombear, em sentido anti-horário, em média, 2,5 mil metros cúbicos por hora. Assim, a geração acontece a partir do volume total de 5 mil metros cúbicos por hora, o equivalente a 5 mil caixas d’água residenciais abastecidas nesse mesmo tempo. A geração de energia a partir de efluentes será destinada ao consumo próprio no prédio administrativo da empresa, que contempla os edifícios do RH/Florestal, auditório, restaurante e ambulatório.
O modelo inédito fez surgir também uma nova nomenclatura no setor. Os equipamentos são normalmente chamados de BFTs (Bombas Funcionando como Turbinas) e, com o pioneirismo da utilização dentro de uma ETE, passará a ser adotada a sigla BFTEs (Bombas Funcionando como Turbinas com Efluentes). Diferencia-se, dessa forma, a especificação e a utilização das turbinas, que nunca haviam sido voltadas para esse fim.
A Eldorado Brasil diz ser rigorosa no controle ambiental e desenvolveu o IPA (Índice de Práticas Ambientais) com padrões internos superiores aos exigidos pela legislação e com monitoramento diário. A empresa, atualmente, possui um índice de devolução da água utilizada na fábrica de mais de 85%.