Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB da construção civil cresceu 3,5% no segundo trimestre de 2024. O crescimento foi ainda maior que o do PIB brasileiros, que aumentou 1,4% no mesmo período, já superando as expectativas dos analistas, que projetavam um aumento de 0,9%. O setor da construção foi impulsionado pela resiliência do mercado de trabalho, as novas condições do Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) e uma leve redução na taxa de juros, ainda segundo o IBGE.
No primeiro semestre de 2024, a construção apresentou um crescimento de 3,3% em comparação ao mesmo período do ano anterior, superando a alta de 2,9% observada na economia como um todo. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) revisou suas previsões para o PIB do setor, elevando a projeção de crescimento para 3%, frente à estimativa inicial de 2,3%.
O argumento da entidade é o mesmo do IBGE: o dinamismo do mercado de trabalho, que criou mais de 200 mil novas vagas com carteira assinada entre janeiro e julho de 2024 – incremento de 2,86% em relação ao ano anterior. Destacam-se as áreas de Construção de Edifícios, que gerou 40,32% dos novos empregos, e os Serviços Especializados para a Construção, que contribuíram com 34,12%.
Em contraste, as Obras de Infraestrutura enfrentaram uma queda de 21,28% na criação de vagas, possivelmente devido ao encerramento de algumas obras e ao impacto do período eleitoral.
Influência do mercado imobiliário e MCMV
O mercado imobiliário também apresentou sinais positivos, com lançamentos de imóveis novos crescendo 5,7% e vendas aumentando 15,2% no primeiro semestre de 2024. O estoque de imóveis disponíveis para venda caiu 11,5%, refletindo a forte demanda e a maior eficiência nas vendas.
O desempenho do Programa Minha Casa, Minha Vida também foi importante, pois os lançamentos cresceram 65,9% e as vendas de unidades 37,4%. O aumento no número de unidades financiadas pelo FGTS também foi expressivo, com um crescimento de 41,09% em comparação ao ano anterior.
Desafios e perspectivas futuras
Apesar dos resultados positivos, a construção ainda enfrenta desafios. Entre eles, estão preocupações como a reforma tributária, a sustentabilidade do FGTS, a escassez de mão de obra qualificada e o custo elevado da construção. Além disso, a instabilidade internacional e a situação fiscal do País continuam sendo fatores a serem monitorados de perto, na opinião do CBIC.
O Índice de Confiança do Empresário da Construção permanece elevado, sinalizando otimismo em relação ao nível de atividade, novos empreendimentos e geração de empregos. Com a continuação das boas condições econômicas e a execução de obras importantes, como as de reconstrução no Rio Grande do Sul, o setor pode manter seu crescimento e contribuir significativamente para a economia brasileira nos próximos meses.
*Com informações da Agência CBIC.