A diretora-executiva de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia dos Anjos, não descartou o potencial da Margem Equatorial para produção petrolífera brasileira e destacou que a exploração no Rio Grande do Norte está nos planos da estatal. Segundo ela, que participou de painel na ROG.e, um dos maiores eventos de energia do mundo que acontece de esta semana no Rio de Janeiro, a companhia vem trabalhando para obter a licença que permita estudar a viabilidade de exploração na região e usar essa “nova fronteira” para patrocinar o investimento em novas fontes de energia.
Quem também defendeu a exploração da Margem Equatorial pela Petrobras foi o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que afirmou que o Brasil está em fase “quase final” para obter a licença para exploração de petróleo na região. Segundo ele, o governo pretende cumprir “rigorosamente” toda a legislação ambiental. É preciso destacar que ainda não se sabe ao certo quanto de petróleo há na parte brasileira da margem e que a Petrobras busca primeiro avaliar o potencial da região.
De acordo com o vice-presidente sênior de Águas Profundas da ExxonMobil, Hunter Farris, o Brasil tem uma posição única para explorar a Margem Equatorial e lembrou que a o petróleo e o gás ainda tem entre 55% e 60% de participação na matriz energética global.
Busca por menor emissão
A diretora-geral da COPPE/UFRJ, Suzana Kahn Ribeiro, diz que os problemas relacionados à emissão de carbono precisam ser um estímulo à inovação e, como o uso de petróleo não deve ser eliminado nas próximas décadas, a melhor opção é encontrar formas de diminuir as emissões.
Anders Opedal, CEO da Equinor, corroborou com essa visão ao destacar que a estratégia da companhia é operar um portfólio mais enxuto e otimizado, com baixas emissões e alto valor. “Diminuímos emissões em nossos ativos, ao mesmo tempo que colaboramos para garantir energia para nossos consumidores”, completou Opedal.
“A estratégia da Chevron é simples: entregar energia com baixo índice de carbono”, comentou a vice-presidente de Exploração da Chevron, Liz Schwarze, ao ser questionada sobre a contribuição da indústria para um futuro de baixo carbono. A executiva disse que a companhia está investindo em novas fronteiras e ressaltou que vem reduzindo o impacto na emissão de gases nessas operações globais.
Gás para a transição
O gás natural vai continuar tendo um papel fundamental como combustível de transição na migração para uma energia mais limpa, ao menos até 2050. Essa é a visão de Sindre Knutsson, vice-presidente da área de gás da Rystad Energy. “Em muitos países não é possível fazer transição energética sem o uso do gás natural”, disse.
Já o gerente executivo de gás e energia da Petrobras, Álvaro Tupiassú destacou o investimento de R$ 7 bilhões que a Petrobras vai fazer para expansão de infraestrutura de escoamento de gás no país. “A Petrobras espera continuar oferecendo soluções competitivas na venda de gás.”
*Com informações da Agência Brasil.