A integração de diferentes modais de transporte inaugurou a exportação de algodão pelo Porto de Itaguaí (RJ). Em uma operação conjunta entre MRS, Maersk, Sepetiba Tecon e Cargill, a produção usou caminhões e trens para sair do Mato Grosso até o Rio de Janeiro, deixando de emitir 177 toneladas de CO2 na viagem, que deve se tornar o padrão da operação de agora em diante.
A operação começou nas algodoeiras de Mato Grosso, onde a pluma foi carregada em caminhões, que seguiram por distâncias de até 780 quilômetros até o terminal da Brado em Rondonópolis. Ali foi realizada a transferência da carga do caminhão para o contêiner – chamada de crossdocking.
Embarcados no trem da Brado, os contêineres seguiram por 1.392 km, pela ferrovia até Sumaré (SP), onde a Brado tem outro terminal multimodal, um hub de integração logística da ferrovia. A viagem teste da nova rota transportou 40 vagões, que levaram 40 contêineres carregados com pouco mais de mil toneladas de pluma de algodão.
Os contêineres foram então transferidos para o trem da MRS e continuaram a viagem, por 568 km, até o terminal do Sepetiba Tecon, no Porto de Itaguaí (RJ), onde a composição ferroviária foi descarregada diretamente dentro da área portuária para embarque dos contêineres em navios da Maersk, com destino a Bangladesh.
Parceria foi fundamental para transporte do algodão
Na última safra de algodão (agosto/22 a julho/23), o market share da Brado chegou a 19% de todo o transporte da pluma no Brasil e 29% em Mato Grosso, estado brasileiro que contabiliza a maior produção e exportação do produto. A operação contou ainda com o apoio e intermediação da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), que buscava criar uma alternativa para otimizar o escoamento da produção crescente do estado.
A Brado diz que a relevância de se usar multimodais é fundamental para a cadeia do algodão, seja a partir de Rondonópolis (MT) ou Anápolis (GO), seja saindo pelo porto de Santos ou de Itaguaí.
Já a Sepetiba Tecon diz que seu terminal foi projetado com desvios ferroviários que somam quase dois quilômetros, garantindo alta produtividade nas operações. Além disso, oferece serviços de estufagem de contêineres, armazém alfandegado e operação de navios, com rotas marítimas para diversos destinos, com calado de até 15,4 metros.
No futuro, a operação tem potencial para outras cargas além do algodão na exportação e ainda para transportar cargas importadas até Sumaré ou Rondonópolis e bens de consumo para Mato Grosso.