Sustentabilidade vira peça-chave para o futuro do setor de telecom

Em tempos de crescente pressão para que as empresas ajam de forma responsável, as indústrias de telecom buscam formas de equilibrar o crescimento tecnológico com a sustentabilidade

Por Redação

em 9 de Outubro de 2024
Imagem por Freepik.

O setor de telecomunicações está cada vez mais voltado para as pautas ESG (ambiental, social e de governança). Em tempos de crescente pressão para que as empresas ajam de forma responsável, as indústrias de telecom buscam formas de equilibrar o crescimento tecnológico com a sustentabilidade.

Para se ter uma ideia da importância das companhias do setor colocarem em prática esse tipo de ação, é que hoje, essas indústrias são responsáveis, por exemplo, por cerca de 2% a 3% das emissões globais de carbono. Os dados evidenciam o impacto que ações como economia de energia, reciclagem correta de resíduos e equipamentos e a redução de emissões de carbono por parte das empresas podem significar um avanço com relação à sustentabilidade.

Carina Bitencourt, CEO da Fibracem, umas das principais fornecedoras do setor, diz que as práticas ESG vem sendo um dos focos de transformação na indústria de telecomunicações. No entanto, o desafio ainda vem sendo em criar um modelo de negócios que equilibre inovação com responsabilidade ambiental e social.

Para a executiva, algumas iniciativas internas – aplicadas dentro das próprias indústrias – podem servir como um pontapé inicial para contribuir na jornada sustentável. Ela exemplifica que a criação de comitês de discussões de pautas ESG e o investimento cada vez mais incisivo em tecnologias limpas, contribuem para a indústria comoa um todo, deixando-o mais eficiente e ecologicamente consciente.

“Esse tipo de comitê, assim como o que desenvolvemos na Fibracem, deve focar em várias frentes, como a adoção de processos produtivos mais limpos, a redução do uso de materiais que geram resíduos não recicláveis e o incentivo a práticas que melhorem o bem-estar dos colaboradores e da própria comunidade”, ressalta Carina Bitencourt.

Como a indústria de telecom lida com a sustentabilidade

Com base nessas iniciativas, recentemente a Fibracem reduziu em aproximadamente 46% a destinação de resíduos a aterros sanitários e outros procedimentos como a realização de um inventário detalhado de emissões de gases de efeito estufa (GEE), que serviu como base para a definição de ações, como a compra de energia limpa e certificada pelo I-REC e a gestão responsável da Estação de Tratamento de Efluentes (ETE), com análises periódicas da água.

Com o aumento da conscientização das questões ESG, o papel das fabricantes vêm ultrapassando seus muros. Segundo o COO da Fibracem, Eryck El-Jaick, o desenvolvimento de soluções para clientes, que evidenciam cada vez mais aspectos como eficiência energética precisa continuar em ritmo crescente e acelerado, justamente como uma resposta ao pensamento de uma modernização sustentável e de longo prazo das redes de fibra óptica e infraestruturas de data centers.

“Pensar no aprimoramento de linhas de produtos que levam o cliente a implantação de sistemas mais eficientes e escaláveis e que favoreçam sustentabilidade deve ser enxergado como um papel importante das fabricantes do segmento de telecomunicações”, afirma El-Jaick.