O coprocessamento alcançou, em 2022, 30% de participação na matriz energética do setor, antecipando a meta prevista para 2025. Foram 3,035 milhões de toneladas de resíduos processados, sendo 2,856 milhões de toneladas de combustíveis alternativos e 179 mil toneladas de matérias-primas substitutas.
A atividade minimiza o descarte em aterros ao substituir o combustível fóssil por resíduo industrial, comercial, doméstico e biomassas. Ao todo, a troca de combustíveis fósseis por alternativos contribuiu para que fossem evitadas cerca de 2,9 milhões de toneladas de CO2 no ano.
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Para avançar nessa agenda, a indústria brasileira do cimento vem empenhando esforços significativos na promoção e desenvolvimento de CDRU (Combustível Derivado de Resíduos Urbanos) para fins de coprocessamento, contribuindo para o encerramento dos lixões e redução da disposição em aterros.
A Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) diz que o projeto Clusters CDR (RSU) segue como diretriz o Roadmap Tecnológico do Cimento, lançado em 2019 de forma pioneira entre os segmentos industriais brasileiros, para orientar a descarbonização da indústria por meio de uma série de alternativas de redução de CO2.
A partir da análise das capacidades de coprocessamento das fábricas e a localização geográfica de pelo menos duas plantas de cimento situadas em um raio de até 150 km da geração de resíduos urbanos, foram identificadas sete regiões estratégicas para atuação setorial. O conjunto dessas regiões abrange aproximadamente 45% (2,5 Mt) da capacidade de coprocessamento de Combustíveis Derivados de Resíduos (CDRU) e investimentos previstos de 3,5 bilhões até 2030.
A iniciativa já vem sendo implementada com sucesso nas regiões metropolitanas de Curitiba (PR) e Belo Horizonte (MG), segundo a ABCP, e comprovam que oferecer soluções tecnológicas de forma orientada para o futuro requer ações inovadoras, engajamento ativo e colaboração de muitos atores.