No Ceará, a transição energética já começou a se tornar realidade. A partir deste mês, o Estado se torna o primeiro do Brasil a dar um passo efetivo na migração para o Mercado Livre de Energia, com a inclusão de equipamentos públicos, de alto consumo, no novo sistema. Por meio de contrato assinado entre a Secretaria da Infraestrutura (Seinfra) e a comercializadora de energia EDP, fica estabelecido que o Centro de Eventos do Ceará e a sede da Perícia Forense (Pefoce), que juntos representam 100 GW/h de consumo anual, passarão a operar com energia oriunda de fontes limpas e previsões de baixo custo, promovendo redução de gastos e um consumo mais sustentável.
A nova modalidade, que deverá chegar a outros equipamentos nos próximos meses, representará uma economia equivalente a cerca de 20% dos gastos atuais com energia. Além do impacto financeiro, os órgãos estaduais estarão protegidos das oscilações de bandeira tarifária, pois a tarifa contratada é fixa por período, assegurando previsibilidade orçamentária e independência das condições externas. A transição será realizada de forma gradual, com prioridade para unidades de grande porte e elevado consumo energético, o que garante resultados rápidos na economia de recursos.
Plano de transição energética do Ceará
O plano da Seinfra-CE foi selecionar unidades que tragam os maiores ganhos financeiros logo nas fases iniciais para dar tração ao programa. A secretaria vai acompanhar os resultados da migração enquanto identifica outras unidades com potencial para aderir ao modelo, visando expandir gradualmente a cobertura do Mercado Livre.
A estimativa, agora, é que a migração das demais unidades será realizada em etapas subsequentes, seguindo um cronograma estruturado para facilitar a adaptação dos órgãos. O calendário busca garantir que o Estado maximize os benefícios financeiros e ambientais da mudança, consolidando o Ceará como um exemplo de gestão sustentável e econômica no setor público.
Metrofor já produz energia solar
Um serviço público que já conta com energia limpa é o metrô de Fortaleza. Com quase dois anos de funcionamento, as placas fotovoltaicas nas estações Juscelino Kubitschek e Padre Cícero produzem, todos os meses, uma média de 42 mil kWh em energia elétrica de matriz solar. Esta produção corresponde a uma economia mensal de R$ 20,2 mil nas contas de luz do Metrofor.
As 882 placas operam no teto das duas estações e são conectadas com a rede elétrica de Fortaleza – administrada pela Enel. A energia produzida para a rede é convertida em reais, e o valor é direcionado ao Metrofor por meio de descontos nas contas de luz. Em um ano, a economia chega a R$ 242 mil.
Outras 662 placas fotovoltaicas foram instaladas no Centro de Manutenções Vila União, através de projeto da Secretaria da Infraestrutura do Ceará, e em breve serão habilitadas para o funcionamento. Neste ponto, a capacidade energética será equivalente ao que é produzido nas estações.
*Com informações da Seinfra-CE.