Redação – 10.09.2019 –
Ter uma internet mais veloz ainda é um sonho do consumidor, mas que vem se tornando realidade com o passar dos dias. Dentre os vários mercados em evolução, a chegada da nova tecnologia de fibra óptica pode ser considerada um dos mais importantes. Previsões à parte, a pergunta é: como a conexão 5G pode beneficiar o mercado de comunicação óptica?
Para o coordenador técnico da Fibracem, Marco Paulo Giannetti, este novo momento que trata sobre a tecnologia 5G vai proporcionar crescimento também na demanda por cabos ópticos. Ele lembra que, no surgimento do 3G, a cada 10 km era preciso ter uma antena para oferecer e manter a conexão móvel às pessoas. Com o 4G, essa distância diminuiu para 2 km, o que fez aumentar consideravelmente o número de antenas e, consequentemente, a quantidade de fibra óptica em aproximadamente 25 vezes. Com a chegada do 5G, a previsão é que se tenha uma antena a cada 400 metros e 16 vezes mais fibra óptica em relação ao que é necessário com o 4G.
Segundo ele, com a maior quantidade de antenas, em se tratando dos grandes centros urbanos, a hipótese é que as antenas de dimensões menores passem a ser instaladas em lugares abertos, como pontos de ônibus, bancas de revistas e postes de iluminação de praças e jardins, por exemplo. “Entendemos que teremos uma quantidade grande de antenas, inclusive em lugares fechados e privados, tais como grandes edifícios, shoppings e aeroportos”, diz.
Cabeamento subterrâneo
O coordenador técnico trata também da necessidade de se pensar em alternativas para atender a demanda de fibra óptica, principalmente nas cidades para atender os usuários e as small cell com as antenas para o 5G. Ele comenta que uma das alternativas é adotar o modelo de cabeamento subterrâneo com o uso de micro cabos em micro valas, o que pode assegurar a estabilidade da conexão do 5G entre as antenas.
“A mudança para esse modelo de infraestrutura de rede não altera a eficiência da transmissão dos dados, pois a única diferença neste modelo são os cabos, que necessitam de uma atualização no design construtivo e nos materiais das proteções que as fibras devem ter para não assimilarem os esforços durante os processos de instalação e operação”, esclarece.
Com a chegada da tecnologia 5G, a expectativa de crescimento da conexão via telefonia móvel será significante, chegando a quase 12 bilhões de dispositivos conectados em 2020. Esse aumento reflete o constante interesse de usuários pela Internet das Coisas (IoT – Intertnet of Things).
Para Giannetti, a IoT pode ser definida como a comunicação máquina/máquina (M2M) via internet, que possibilita a troca de informações e dados entre diferentes objetos para que as tarefas diárias sejam realizadas de um modo mais eficiente.
“Esses dados e informações sempre estiveram presentes em nossas vidas, porém eles nunca foram coletados, analisados e trocados entre si. Isto é o que a IoT irá propiciar e para tanto teremos que coletar, armazenar e tratar uma quantidade enorme de dados que irão nos ajudar a melhorar a qualidade de vida. E este é o grande problema”, conclui.