Alemães enfrentam resistência para explorar maior reserva de lítio do mundo na Bolívia

Redação com dados da DW Brasil – 15.10.2019 – Parceria com empresa alemã em exploração gera protestos, segundo DW Brasil. Salar do Uyuni é o maior deserto de sal do mundo e teria mais de 50% da reserva global de lítio. A Salinas no Salar de Uyuni, no departamento boliviano de Potosi, não é apenas […]

Por Redação

em 15 de Outubro de 2019
Silos of conservation and storage of compounds in the lithium plant of the Uyuni salar. In the salt brines of this salt desert is more than 50% of the world's lithium, whose demand will increase with the manufacture of the following generations of electric vehicles. May 12 of 2015, Llipi, Potosi, Bolivia. / Silos de conservacion y almacenaje de compuestos en la planta de litio del salar de Uyuni. Entre el 50% y el 70% del litio del planeta esta concentrado bajo la superficie del salar boliviano. En un futuro muy cercano el carbonato de litio será altamente requerido para la nueva generacion de vehiculos electricos y otras aplicaciones.

Redação com dados da DW Brasil – 15.10.2019 –

Parceria com empresa alemã em exploração gera protestos, segundo DW Brasil. Salar do Uyuni é o maior deserto de sal do mundo e teria mais de 50% da reserva global de lítio.

A Salinas no Salar de Uyuni, no departamento boliviano de Potosi, não é apenas o maior deserto de sal do mundo, como também conteria a mais de 50% das reservas conhecidas de lítio do planeta. Desde o ano passado, o governo sul-americano fechou uma parceria para explorá-lo, deixando de lado os chineses (que estariam menos sujeitos a pressão popular em caso de protestos). Pois bem, um ano depois do acordo, os protestos continuam. O foco? Os cerca de 21 milhões de toneladas do chamado “ouro branco”.

A industrialização do lítio é uma das principais apostas do governo de Evo Morales. Em outubro de 2018, a estatal Yacimientos de Litio Bolivianos (YLB) elegeu a empresa alemã ACI Systems como parceiro estratégico para Uyuni. Desde então, o Comitê Cívico Potosinista (Comcipo) tem exigido detalhes do contrato. A parceria seria estranha, pois a YLB, com 51% das ações, não possui capacidade técnica para desenvolver e implementar um projeto de mineração de lítio complexo e nem um projeto de fabricação de material catódico e baterias de lítio com tecnologia de ponta.

Como parceiro estratégico, a ACI Systems Alemania (ACISA), subsidiária do Grupo ACI, prevê a recuperação de hidróxido de lítio de salmoura residual do Salar. A base tecnológica inclui a experiência da companhia e uma rede de especialistas externos e empresas e instituições como a K-UTEC Salt Technologies, o Instituto Frauenhofer e a VDAM (Associação Alemã da Indústria de Engenharia Mecânica).

“A joint venture brinda a Alemanha e a Europa com acesso direto à matéria-prima do lítio”, admitiu Schmutz. Mas a Bolívia, por sua vez, tem acesso à tecnologia para a extração e industrialização dessa matéria-prima. Segundo Schmutz, parte essencial numa joint venture estabelece que “dois parceiros criam o que um sozinho não consegue”.
Os investimentos necessários para que sociedade mista entre YLB e ACISA cumpra seu objetivo de produzir hidróxido de lítio “atualmente somam cerca de 300 milhões de euros, segundo estudos de viabilidades”, afirmou Schmutz, em entrevista à DW. E o financiamento é executado de acordo com a participação de cada parte na sociedade – 51%, da YLB, 49% da ACISA.

O acordo assinado estipula que “parte do lítio obtido permanecerá na Bolívia e a ACISA cumprirá esse acordo”, garantiu Schmutz, sem especificar qual será a quantidade restante de lítio na Bolívia. De acordo com ele, “será estabelecida uma nova joint venture para a produção de material catódico e sistemas de bateria na Bolívia”. E também para estes planos, a empresa alemã afirmou apostar em “contatos com empresas alemãs e europeias, interessadas em participar como parceiras tecnológicas”.