BR-364/RO vai receber R$ 10,23 bi de investimento por nova concessionária

Consórcio 4UM/Opportunity vai administrar a BR-364/RO pelos próximos 30 anos e deve investir na duplicação de 107,57 km e construção de 190,597 km de faixas adicionais

Por Redação

em 12 de Março de 2025

O consórcio 4UM/Opportunity venceu o leilão da BR-364/RO e deve investir R$ 10,23 bilhões em duplicações, terceiras faixas, passarelas, novos acessos a portos e obras de conservação em 686,7 quilômetros da rodovia, que liga Porto Velho (RO) a Vilhena, na divisa com o estado do Mato Grosso. O certame foi o primeiro de uma estrada federal de Rondônia e a décima concessão promovida pelo Ministério dos Transportes na atual gestão.

De acordo com o projeto que foi à leilão, o Consórcio 4UM/Opportunity vai administrar a BR-364/RO pelos próximos 30 anos. Dentre as melhorias que deverão ser implementadas pela concessionária estão a duplicação de 107,57 quilômetros de estradas, construção de 190,597 quilômetros de faixas adicionais e 17,7 quilômetros de marginais.

Também estão previstas 24 passarelas para passagens de pedestres, 90 pontos de paradas de ônibus e 24 passagens de fauna, além de três Pontos de Parada de Descanso (PPDs), que irão ofertar acomodações seguras para que caminhoneiros e demais profissionais do transporte de cargas possam fazer pausas para descanso, inclusive durante a noite.

A proposta ainda apresentou 0,05% de desconto sobre a Tarifa Básica de Pedágio. Com isso a tarifa ficará em R$ 0,19 por quilômetro de pedágio.

Obras na BR-364/RO já devem começar

As obras e serviços de melhoria da BR-364/RO deverão começar imediatamente após a assinatura do contrato de concessão. No entanto, os usuários só irão começar a pagar o pedágio depois que a rodovia atender a parâmetros de segurança e conforto ao rolamento definidos pelo Programa de Exploração da Rodovia.

Dentre as ações previstas para serem executadas de imediato, estão:

  • Colocação de sinalização vertical e horizontal
  • Intervenções no pavimento, drenagem e terraplenos
  • Roçada e reformulação da faixa de domínio da rodovia
  • Instalação de serviços de socorro médico e mecânico
  • Colocação de equipamentos de proteção e segurança na margem de domínio
  • Serviços de inspeção de tráfego e combate a incêndio
  • Serviços de apreensão e retirada de objetos e animais da pista e faixa de domínio.

Conforme o cronograma pré-estabelecido no projeto do Ministério dos Transportes, essas ações irão ocorrer ao longo de um ano. Isso significa que o primeiro pedágio deverá ser cobrado somente a partir do último trimestre de 2026.

Em proposta única, a 4UM/Opportunity arrematou o leilão da Rota Agro Norte (Lote CN 5). Integram o grupo o 4UM Fundo de Investimentos – que possui sede no Paraná e reúne ações das empresas MLC, Aterpa e Senpar – e o Grupo Opportunity, controlador da Monte Rodovia.

A 4UM é especializada em investimentos de longo prazo. Em 2024 a empresa venceu também o leilão da BR-381/MG. Já o Grupo Opportunity é responsável pelas concessionárias Bahia Norte (CBN), Rota do Atlântico (CRA) e Rota dos Coqueiros (CRC), todas na região Nordeste, além de operar o Porto de Santos, em São Paulo.

Arco Norte

A BR-364 integra o Arco Norte, que abrange os portos e eixos dos estados de Rondônia, Amapá, Amazonas, Pará e Maranhão. Esta rodovia é considerada estratégica do ponto de vista econômico, pois responde pelo escoamento de toda a produção agropecuária de Rondônia e parte do Centro-Oeste, ao se conectar com a hidrovia do Madeira, de onde segue para o exterior pelos portos do Norte.

Diante da alta demanda, a BR-364/RO possui um intenso fluxo de caminhões pesados. Isso faz com que, mesmo em bons padrões de conservação, atualmente mantidos pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT), a ausência de duplicações resulte em trânsito lento, desgaste acelerado do pavimento e risco aos moradores e demais pessoas que trafegam e vivem às margens da BR-364/RO.

Outro aspecto que marca a BR-364/RO tem relação com o isolamento rodoviário do Norte do país. Ela liga Rondônia ao restante do Brasil, além de ser praticamente a única conexão do Acre e Amazonas com os demais estados brasileiros.