Redação com BNDES – 07.12.2020 –
A Bahia Geração de Energia, empresa do grupo Neoenergia, venceu o leilão de desestatização da CEB Distribuição, realizado na sexta-feira na B3, em São Paulo. A oferta de R$ 2,515 bilhões foi 76,6% acima do valor mínimo estipulado pelo edital. No processo, o BNDES foi contratado pelo governo do Distrito Federal para coordenar a privatização da empresa. O leilão de privatização foi realizado menos de 11 meses após a contratação dos consultores pelo BNDES.
Após a divulgação das propostas iniciais, seguiu-se sessão com mais de 25 lances ao vivo. Além de gerar R$ 2,5 bilhões para o caixa do estado, vai trazer R$ 5 bilhões em investimentos para a região. Segundo o BNDES, o projeto pode ser considerado a maior operação de M&A (fusão ou aquisição), em termos de múltiplo, da história brasileira no setor de distribuição de energia.
A CEB-D atende mais de um milhão de unidades consumidoras, com cerca de três milhões de pessoas, em uma área de 5,8 mil km2. A companhia estava apresentando uma série de inadimplementos de parâmetros regulatórios relativos à qualidade na prestação dos serviços e de robustez econômico-financeira, o que gerava risco de perda da concessão para fornecimento do serviço. Se a concessão fosse cancelada, além de perder a oportunidade de monetização do ativo, haveria perspectiva de ônus para a CEB-D da ordem de R$ 1 bilhão.
Frente à perspectiva de descumprimento dos indicadores técnico-operacionais e de sustentabilidade econômico-financeira e como forma de viabilizar a manutenção da concessão, o Ministério de Minas e Energia (MME) concedeu um período adicional de três anos para o atingimento dos níveis de qualidade do serviço exigidos pela Aneel, mas condicionou à transferência do controle da Companhia para um investidor privado. A mudança da gestão para um grupo privado poderá ampliar a capacidade de investimento da CEB-D, com o consequente atendimento dos parâmetros operacionais e melhores serviços à população.