China faz primeiros testes do 6G, mas Brasil só deve ter a tecnologia em 10 anos

Previsão é que o 6G seja cem vezes mais rápido do que o 5G e seja ainda mais valioso para o mercado B2B

Por Redação

em 24 de Março de 2025

Enquanto o Brasil ainda avança na implementação do 5G, do outro lado do mundo, na China, os testes para a internet de sexta geração já estão a todo vapor. Há cerca de um ano, a operadora China Mobile lançou o primeiro satélite de testes para o 6G no planeta. A tecnologia deve demorar a chegar ao mercado brasileiro, no entanto.

A transição do 4G para o 5G levou quase uma década — devido à burocracia e ao tempo necessário para a popularização da nova rede — por isso, é razoável imaginar que a internet de sexta geração pode levar um período semelhante para se tornar realidade no País.

Além disso, outro fator decisivo para precisar uma possível “data” para a chegada do 6G ao Brasil é o investimento em infraestrutura, que precisará ser ainda mais amplo. A instalação de novas torres e antenas será um fator mais que fundamental, mas também determinante, o que por outro lado, pode ser encarado como um desafio gigantesco, principalmente nos grandes centros urbanos brasileiros, devido à escassez de espaço.

Na visão de Sebastião Rezende, gerente de engenharia da Fibracem, o Brasil precisará passar por um longo processo de regulamentação, incluindo leilões para a distribuição de frequências e a definição de normas para sua implementação. “E esse trâmite poderá atrasar ainda mais a chegada da tecnologia ao País”, avalia.

Segundo ele, a competição tecnológica global é o grande fator impulsionador do desenvolvimento acelerado do 6G. “Países como a China investem nessa inovação não apenas pelo avanço da conectividade, mas também para conquistar protagonismo, tanto na criação, quanto na regulamentação da nova tecnologia”, finaliza.

6G promete ser muito mais rápido que 5G

A previsão é que o 6G seja cem vezes mais rápido do que o 5G, proporcionando velocidades extremamente superiores e menor latência, o que beneficiará, principalmente, o mercado empresarial.

“Essa revolução tecnológica poderia transformar desde a forma como consumimos conteúdo digital até a maneira como processos internos nas empresas são automatizados”, afirma Rezende.

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Embora a tecnologia impacte toda a sociedade, sua chegada ao Brasil poderia trazer avanços significativos para o setor industrial. As condições da nova conexão – baixa latência e a alta velocidade – permitirá maior celeridade na automação de processos em tempo real, beneficiando indústrias como a automobilística, aeroespacial, da saúde e de telecomunicações.

Para Rezende, empresas poderão operar fábricas altamente conectadas e cada vez mais inteligentes, com sensores internos capazes de otimizar processos, mas, sobretudo, reduzir falhas.

“Máquinas, robôs e sistemas logísticos poderão responder a comandos instantaneamente, diminuindo significativamente o tempo de resposta e, consequentemente, aumentando a eficiência produtiva, o que poderá ajudar a tornar o país mais competitivo no cenário global”, explica o especialista.