Da Redação – 30.10.2018
Sondagem da CBIC e CNI foi feita antes dos resultados do domingo e mostra incertezas
O tradicional levantamento da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e da Confederação Nacional da Indústria (CNI) ainda não capta a expectativa com a eleição de Jair Bolsonaro. Divulgada ontem, a Sondagem Indústria da Construção foi feita entre 1º e 15 de outubro com 569 empresas. Dessas, 196 são pequenas, 248 são médias e 125 são de grande porte. O resultado? O índice de nível de atividade recuou para 45,7 pontos e o de emprego foi para 45,1 pontos em setembro. Lembrando que os indicadores variam de zero a cem pontos e, quando estão abaixo dos 50, mostram redução da atividade e do emprego.
“O índice de atividade e emprego da Indústria da Construção registraram queda acentuada entre agosto e setembro e são piores também em relação ao mesmo período de 2017, mas os indicadores de satisfação registraram pequena melhora. Entre os problemas citados a “demanda interna insuficiente” figurou como segundo maior, o que é típico de um momento de atividade fraca”, comenta Luís Fernando Mendes, economista da CBIC.
Carga tributária elevada é um dos destaques
De acordo com a pesquisa, a retração do setor em setembro e a cautela dos empresários em outubro são resultados das incertezas em relação ao desfecho das eleições. Com pequenas oscilações em relação a setembro, os indicadores de expectativas para os próximos seis meses se mantiveram, em outubro, próximos da linha divisória dos 50 pontos, que separa o otimismo do pessimismo.
A pesquisa mostra ainda que o Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção (ICEI- Construção) subiu 1,3 ponto e alcançou 52,1 pontos em setembro. Mesmo assim, está abaixo da média histórica, que é de 52,9 pontos. O indicador varia de zero a cem pontos. Quando estão acima de 50, mostram que os empresários estão confiantes.
A elevada carga tributária, com 40,2% das menções, liderou a lista dos principais problemas enfrentados pela indústria da construção no terceiro trimestre. Em seguida, com 34,7% das respostas, aparece a demanda interna insuficiente e, em terceiro lugar, com 27,9% das assinalações, os empresários citaram a burocracia excessiva. Entre os principais obstáculos ao crescimento do setor, aparecem ainda a falta de capital de giro e a inadimplência dos clientes.