Redação – 11.05.2023 – Nos primeiros quatro meses de 2023, INCC acumulou alta de 0,95%; estagnação do custo da mão de obra é o que tem influenciado no pouco crescimento
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), divulgado nesta segunda-feira (8/5) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), aumentou 0,14% em abril. Em março essa variação foi de 0,30%. Com o resultado, o indicador acumulou alta de 0,95% nos primeiros quatro meses do ano, a menor variação para o período desde 2009.
Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), mesmo considerando os últimos 12 meses, o INCC aumentou apenas 7,18%, o que é a menor taxa para um período de 12 meses desde outubro de 2020, confirmando seu processo de desaceleração.
O custo com a mão de obra não registrou variação em abril. Nos primeiros quatro meses de 2023, o componente apresentou alta de 1,22% e nos últimos 12 meses, de maio de 2022 a abril de 2023, cresceu 11,16%. A CBIC lembra que era este indicador que estava pressionando de forma mais intensa o INCC e que deve voltar a acontecer nos próximos meses, devido ao reajuste da remuneração da categoria.
Custo de materiais de construção
Com o resultado de abril, o custo com materiais e equipamentos acumulou, nos primeiros quatro meses do ano, alta de 0,14%, a menor variação para este período desde abril de 2009, quando registrou queda de 1,01%. Já nos últimos 12 meses, considerando maio de 2022 a abril de 2023, o INCC para materiais e equipamentos apresentou elevação de 2,77%. Mesmo diante desta elevação, este componente mantém tendência de estabilidade, afirma a CBIC.
De acordo com a economista, os materiais que mais contribuíram para o aumento do INCC em abril foram tubos e conexões de PVC (+4,07%), metais para instalações hidráulicas (+0,69%), vale transporte (+1,28%), aluguel de máquinas e equipamentos (+0,57%) e eletrodutos de PVC (+2,75%).
Custo ainda é elevado
Conforme a Sondagem da Construção da CBIC, a falta ou o alto custo da matéria-prima continua preocupando as empresas do setor, que considera que o custo da construção continua em patamar elevado. De julho de 2020 até abril deste ano o INCC/FGV já aumentou 34,33%, sendo que o custo com materiais e equipamentos, nesse mesmo período, apresentou elevação de 52,64%, o custo com a mão de obra cresceu 23,60% e o custo com serviços 24,55%.
Os números confirmam que, mesmo diante das variações mais modestas registradas desde setembro do ano passado, o setor continua com o seu custo em patamar muito elevado e superior a inflação oficial do país. De julho de 2020 até março de 2023, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e que é o indicador oficial da inflação no país, aumentou 24,11%.
A CBIC lembra que a construção deverá registrar, em 2023, desempenho positivo pelo terceiro ano consecutivo. Entretanto, a projeção inicial de crescimento de 2,5%, realizada pela CBIC em dezembro de 2022, foi reduzida para 2% no mês passado.