Redação (com informações da Revista Forbes) – 11.10.2019 –
Uma reportagem da Forbes, com base em levantamento da consultoria Trefis, foi publicada nesta semana comparando a Deere e a Caterpillar no mercado mundial de equipamentos pesados. As ponderações são imensas, mas o resumo é que a Deere vem crescendo, mas não o suficiente para alcançar a Caterpillar, que se mantém como a maior do segmento com receita 50% superior do que a concorrente.
A primeira ponderação é que as duas empresas, apesar de fabricarem equipamentos pesados, têm diferenças essenciais na principal oferta de produtos. Enquanto a Caterpillar é essencialmente uma empresa de máquinas off road para construção, mas que se interessa pelo mercado agrícola, a Deere vem de segmentos agrícolas e também fabrica equipamentos de construção.
O levantamento compara as métricas operacionais das duas empresas e conclui que os negócios da Caterpillar são maiores e mais lucrativos. Em suma, ela sai na frente na maioria dos indicativos, que levam em consideração tendências históricas e atuais de desempenho.
Em 2018, a Caterpillar faturou 55 bilhões de dólares. A Deere faturou 37 bilhões da mesma moeda.
No entanto, a Caterpillar adicionou aproximadamente 7,7 bilhões de dólares à receita total desde 2015, crescendo a uma taxa média anual de 5,2%. Já a Deere conseguiu adicionar 8,5 bilhões de dólares no mesmo período: com taxa média anual de crescimento de 9%.
Fundamentos sólidos do mercado de commodities, demanda robusta da região Ásia-Pacífico, níveis mais altos de demanda por atividades de construção não residencial e aumento da demanda por equipamentos pesados de construção, pedreiras e agregados, ajudaram a Caterpillar a alcançar o crescimento de receita, ao mesmo tempo em que volumes maiores de remessas e melhor percepção de preços por segmentos contribuíram para o crescimento da Deere.
O segmento de construção da Deere – que cresceu com a aquisição da Wirtgen em 2017 – tem sido o maior contribuinte para o aumento de suas receitas. Além disso, os preços favoráveis do milho aumentaram a demanda por equipamentos agrícolas da empresa.
No geral, contudo, as duas empresas conseguiram crescimento robusto desde o declínio da receita em 2016, mas a Caterpillar adicionou 16,1 bilhões de dólares, valor que é quase 50% maior que os 10,7 bilhões de dólares adicionados pela Deere.
O relatório da Trefis, publicado pela Forbes, mostra que os preços otimistas do minério de ferro e da energia, aliados à forte demanda por produtos de geração de energia, impulsionaram a Caterpillar.
No aspecto margem operacional, a empresa também apresentou melhorias de 2016 a 2018, revertendo a melhor margem operacional reportado pela Deere até então. Em 2018, a margem operacional da Caterpillar foi de 14,3% contra 12% da Deere, por exemplo.
Ao comparar os dois maiores impulsionadores de receita – construção para a Cat e agrícola para a Deere – o segmento de agricultura da Deere contribui consistentemente com a maioria de suas receitas, com uma participação média superior a 65% nos últimos três anos. Ele adicionou 3,4 bilhões de dólares à receita total desde 2016, crescendo à taxa média anual de 5,4%.
Na Caterpillar a composição de receita é mais equilibrada, com o segmento de Construção respondendo por 40% e o segmento de Energia por 35%. Além disso, desde 2015, a maior divisão da Cat cresceu em um ritmo mais rápido que o da Deere: o segmento de construção adicionou mais de 5 bilhões de dólares à receita, o que representa taxa média anual de 9%
Quando o assunto é rentabilidade, as empresas empatam nos seus principais segmentos de negócios. Na Deere, a agricultura opera com margem de EBITDA de 17%. O mesmo valor que opera a área de construção da Caterpillar.