Alexsandro Geremia (foto acima), diretor da Higra, fornecedora de equipamentos para empresas de saneamento, afirmou que o problema para o Brasil não é a falta de energia ou água, mas sim de inovação. Convidado para o 2º Seminário de Política Industrial: Indústria Verde – Inovação e Sustentabilidade, realizado no dia 4 de dezembro, na Câmara dos Deputados. Na oportunidade, o empresário apresentou o case da empresa gaúcha que atua no desenvolvimento de soluções em bombas hidráulicas e lançou uma provocação: “Não falta água ou energia no Brasil, falta apoio para novas tecnologias”.
Geremia apresentou o case da Usina Compacta de Hidrogeração Anfíbia (UCHA), um sistema de geração de energia elétrica limpa e renovável que funciona por meio do Turbogerador Anfíbio (TGA), uma tecnologia que gera energia a partir do fluxo da água e dos potenciais hidráulicos disponíveis nas redes de abastecimento das cidades.
Segundo o empresário, o TGA pode substituir as válvulas redutoras de pressão (VRP), algo obrigatório para os sistemas de abastecimento de água de cidades, já que ele é capaz de regular a pressão ao mesmo tempo em que gera energia. “As VRPs são energia jogada fora. Somente aqui em Brasília, temos mais de 300 VRPs que poderiam estar gerando energia elétrica para a cidade”, destacou Geremia, ressaltando que, além de ser uma opção ambientalmente sustentável, a UCHA é economicamente vantajosa, pois reduz custos com a otimização de ter dois processos sendo realizados por um único equipamento.
Sabesp também utiliza tecnologia da Higra
No Seminário, o empresário também apresentou o case concreto realizado pela Higra em parceria com a Sabesp em São Paulo (SP). A iniciativa conta com a instalação de dez UCHAs nos bairros de Campo Belo, Mogi das Cruzes, Capão Redondo, Itaquera, Mirante, Jardim das Nações (Diadema), Pinheiros, Vila Maria, Vila Sônia e Freguesia do Ó. No total, são gerados 1,44 MW/h, o que abastece o equivalente a mais de 5 mil residências.
Ainda durante o evento, Geremia falou também do da parceria realizada com a Águas de Joinville (SC), que possibilitou a instalação de uma UCHA que gera mais de 740 kW/h.