O aquecimento do mercado de pavimentação urbana e de rodovias abriu a oportunidade para a Elebbre iniciar uma nova oferta no Brasil com a importação de fresadoras usadas. Como essas máquinas são caras – custam em média R$1,5 milhão – e a fila para encomendar máquinas novas chega a oito meses, a empresa vê a importação uma forma de atender a demanda de forma eficiente.
A companhia diz que estabeleceu um programa de inspeção de máquinas disponíveis na Europa, estimulados pelos pedidos de clientes no Brasil, que estavam com dificuldade de comprar equipamentos novos e com medo de perder contratos. Como a Elebbre tem uma base de operação na Europa, a empresa consegue garantir que a máquina está em boas condições antes de enviar ao Brasil.
Antes de estabelecer o processo atual, a Elebbre fez um estudo da burocracia de importação brasileira, inclusive de todos os encargos tributários e das licenças locais para transportar as fresadoras. Em função desse estudo e de sua estrutura na Europa, a empresa leva cerca de 45 dias para movimentar as máquinas até o Brasil e outros cinco dias para liberá-la no porto.
Como a Elebbre traz pavimentadoras
A busca pelas fresadoras inicia-se com a especificação dos clientes brasileiros, que definem qual é a máquina mais compatível com sua demanda. No caso das obras urbanas, as fresadoras com largura de trabalho de um metro são as mais demandadas. Para obras de maior porte, os equipamentos com 1,5 m e 2 m podem atender os compradores potenciais, entre eles as construtoras especializadas em pavimentação e as locadoras.
Os clientes podem acompanhar todas as condições das máquinas na plataforma da Elebbre, onde estão os dados de inspeção. Além disso, na chegada ao Brasil podem avaliar o equipamento no pátio da empresa, que fornece garantia pelo equipamento e suporte para compra de peças.
Expectativas
Com o mercado aquecido, a Elebbre espera fechar o ano com a negociação de até 35 fresadoras. Durante a Paving Expo 2024, a empresa consolidou esse tipo de negociação, ao apresentar a plataforma para os clientes potenciais do mercado. Entre os destaques está a metodologia de precificação dos equipamentos, uma espécie de tabela FIP para pesados usados, inédita no Brasil, e baseada em Inteligência Artificial alimentada pelo histórico de negociação da plataforma e pela experiência dos seus especialistas.
A empresa também está otimista por conta do estudo mais recente da Sobratema, que indica um crescimento de 9% na venda de equipamentos pesados novos para 2024. O bom momento também refletiria no segmento de usados. Entre os investimentos anunciados estão os R$ 24 bilhões para rodovias estatais neste ano. Já a iniciativa privada teria aportado R$ 12 bilhões somente em 2023 por meio das associadas da ABCR, entidade que congrega as empresas que operam 28 mil km de estradas no país.