Segundo dados do novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) referentes ao mês de abril, divulgados pelo Ministério do Trabalho, a construção aparece novamente como um dos setores que mais geraram vagas no período, com 34.295 novos postos de trabalho com carteira assinada. Com o desempenho de abril, o setor acumula 135.202 novos postos de trabalho formais nos quatro primeiros meses de 2025.
De acordo com análise da economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos, o número representa uma alta de 53,16% em relação a março, quando foram geradas 22.392 vagas, e um crescimento de 10,20% na comparação com abril de 2024, que havia registrado 31.122 novos empregos. “Os resultados continuam demonstrando a força da construção para geração de emprego e renda no país”, destacou Ieda.
Atualmente, o número de trabalhadores com carteira assinada na construção civil chega a 2.992.877 pessoas, segundo levantamento da economista. Na divisão por segmentos, os dados do Caged mostram que a geração de empregos foi liderada pela Construção de Edifícios, com 16.933 vagas. Em seguida aparecem as Obras de Infraestrutura, que responderam por 9.487 novos postos, e os Serviços Especializados para a Construção, com 7.875 vagas.
CBIC está confiante com taxa de emprego, mas falta de mão de obra especializada é um problema
Ieda Vasconcelos avalia que, mantido esse ritmo, a construção civil deve atingir, já no próximo mês, a marca histórica de três milhões de trabalhadores com carteira assinada no país. “A continuar registrando esses resultados positivos, no próximo mês já superaremos essa marca tão significativa para o setor e para o Brasil”, afirmou.
Para Fabio Cassab, sócio da EXEC, consultoria especializada na contratação e desenvolvimento de altos executivos e conselheiros, a construção civil tem como desafio a capacitação e a inovação técnica, que tem dificuldade em acompanhar lado a lado o avanço das tecnologias como visto em outros segmentos. “A construção civil no Brasil ainda é um setor que segue processos e modelos de trabalho que se repetem há anos, da mesma forma.”
“A Sondagem da Construção”, pesquisa realizada pelo FGV-Ibre, apontou que 71,2% dos empregadores do setor da construção civil declararam ter tido dificuldades em contratar trabalhadores qualificados entre junho de 2023 e junho de 2024.