O Serviço Geológico do Brasil (SGB) apresentou novos dados do potencial mineral referentes à Região do Araçuaí, no nordeste de Minas Gerais. Dados do levantamento geoquímico feito em uma área de estudo de 27 mil km² apontam a presença de mais elementos químicos estratégicos para a transição energética, como o tântalo, além de terras raras. Os dados foram apresentados no Prospectors & Developers Association of Canada (PDAC 2025), um dos maiores eventos mundiais do setor de mineração, realizado em Toronto, no Canadá.
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A Região do Araçuaí já é considerada o Vale do Lítio e o trabalho desenvolvido pelo SGB deve aumentar o conhecimento sobre as características geoquímicas da área mineira. O potencial de representatividade global da região pode passar dos atuais 2% para 25%, segundo o estudo.
A crescente demanda mundial por lítio, essencial na produção de baterias para veículos elétricos e dispositivos eletrônicos, reforça a relevância do levantamento.
Metodologia do estudo geoquímico
Na pesquisa foram utilizadas amostras de sedimentos de corrente e concentrados de minerais pesados, método consagrado mundialmente em projetos de prospecção mineral e geoquímica ambiental.
O levantamento geoquímico cobriu nove folhas cartográficas na escala 1:100.000, correspondentes a 27 mil km², área que abrange 42 municípios do nordeste de Minas Gerais. Também foram coletadas 5.086 amostras, sendo 2.570 de sedimento de corrente e 2.516 de concentrado de minerais pesados. Há previsão do levantamento de solos que abrangerá a mesma área para os próximos meses, com aproximadamente 1.340 estações de coleta.
O estudo engloba as áreas nordeste, cobrindo o Distrito Pegmatítico de Araçuaí, importante para exploração de minerais de lítio, especialmente o espodumênio. Recentemente, a intensa atividade prospectiva na região já resultou na descoberta de depósitos econômicos e na operação de uma importante mina de lítio no médio Jequitinhonha desde os anos 90.