Da Redação – 17/03/2017 –
Dos 3,3 bilhões de reais liberados, 2 bilhões já foram viabilizados para a conclusão de 49 obras que estão paralisadas exclusivamente por falta de verba.
No dia em que celebrava 69 anos de existência, na última quarta-feira (15), a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) foi presentada pelo governo Federal com a liberação de uma verba de 3,3 bilhões de reais para aporte em obras, próprias ou em consórcio com outras empresas, que estão paralisadas ou em ritmo lento devido à falta de recursos. Esses valores serão aplicados nos anos de 2017 e 2018, sendo que 2 bilhões de reais já foram viabilizados para a conclusão de 49 obras e 370 eventos de melhorias no sistema de geração e transmissão da companhia.
O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, que compareceu à sede da Chesf para celebrar seu aniversário e comunicar a liberação dos recursos, destacou que o objetivo dessa iniciativa é “terminar investimentos que ficaram pelo meio do caminho”. “Essas obras paralisadas penalizavam duas vezes a companhia, tanto em multa pelo não cumprimento dos prazos quanto pelo fato de impedir que ela tenha acesso às receitas que esses empreendimentos gerariam”, disse Coelho Filho.
De acordo com o presidente da Chesf, Sinval Gama, a companhia conta atualmente com 90 obras atrasadas, entre linhas de transmissão, usinas, subestações, parques eólicos e outros. “Separamos o conjunto de projetos que estão nessa situação apenas devido a restrições financeiras daqueles que têm outras pendências a resolver, como a obtenção de licenças ambientais, pleitos com empreiteiros ou questão fundiária.” Ele destaca que o objetivo é destravar esse segundo grupo de obras para viabilizar sua retomada ainda em 2018.
Entre os projetos que serão viabilizados na área de geração de energia está a implantação da usina solar de Bom Nome, no sertão de Pernambuco. Este será o primeiro projeto de grande porte de energia solar da Chesf, reforçando o investimento em energias renováveis. A previsão é de que o parque tenha capacidade de geração inicial de 30 megawatts (MW), atendendo uma média de 30 mil residências, mas ele poderá ser ampliado para atender a um crescimento na demanda. O investimento deve ficar entre 150 e 200 milhões de reais.
Atualmente, o projeto está em fase de licenciamentos e aguardando a realização do leilão de energia da Aneel, que está previsto para acontecer em setembro. “Já avançamos na questão fundiária, no acesso ao local e estamos trabalhando na emissão da licença prévia e na estrutura de financiamento que viabilize o empreendimento após a realização do leilão”, detalhou o diretor de engenharia da Chesf, Antonio Varejão.
Outro projeto de energia solar, também em desenvolvimento, será instalado na Bahia. Nesse caso, a capacidade de geração total será de 90 MW e investimentos, entre 400 e 600 milhões de reais. A construção dos dois empreendimentos deve ter início até o final do ano, logo após a realização do leilão.