Há risco de falta de insumos para reconstrução do RS?

Redação – 17.07.2024 – Especialistas do setor de concreto afirmam que, apesar de tudo, esta é uma boa oportunidade para o surgimento de novas tecnologias construtivas O Rio Grande do Sul tem o enorme desafio de reconstrução pela frente após as chuvas enfrentadas em maio deste ano. Entre as questões que surgem, há uma preocupação: […]

Por Redação

em 17 de Julho de 2024
Redação – 17.07.2024 – Especialistas do setor de concreto afirmam que, apesar de tudo, esta é uma boa oportunidade para o surgimento de novas tecnologias construtivas

O Rio Grande do Sul tem o enorme desafio de reconstrução pela frente após as chuvas enfrentadas em maio deste ano. Entre as questões que surgem, há uma preocupação: a falta de insumos. Bernado Tutikian, professor da área de Patologia das Construções e Tecnologia do Concreto, da Universidade do Vale dos Sinos, de São Leopoldo (RS), disse em newsletter da Concreto Show, que ainda é preciso aguardar até que se tenha total conhecimento dos estragos antes de fazer qualquer análise, apesar de acreditar que poderão haver problemas de abastecimento.

“As águas ainda não baixaram totalmente e muitas empresas do setor também foram atingidas e as que não estão nestas condições devem ir se preparando para o aumento da demanda. Precisamos aguardar para que, após uma limpeza e desinfecção, avaliemos o que precisa ser reconstruído e o que pode apenas passar por uma manutenção”, disse. O ponto crítico está nas concreteiras. “Teremos um aumento na demanda por insumos e diminuição da capacidade produtiva e acredito que não teremos como suprir isso.”

Wagner Lopes, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Concretagem (ABESC), disse que poderá haver uma falta de insumos por questões de infraestrutura, já que estradas e pontes foram destruídas, limitando a chegada de matérias-primas e de material de construção no geral. O abastecimento de areia, fundamental para a indústria de concreto, se dá por via fluvial e toda a estrutura portuária ou foi destruída ou está submersa ainda, conforme ele lembrou.

Em relação às reconstruções e manutenções que precisarão ser realizadas, Íria Doniak, presidente da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (ABCIC), citou a importância de se planejar, sobretudo no que se refere à logística. “Neste contexto, será preciso ter um planejamento estruturado para que os insumos possam ser distribuídos aos locais de forma adequada, sem desperdícios e com maior produtividade, a fim de atender as demandas da região”.

O concreto na reconstrução e o avanço em novas tecnologias

Os três especialistas foram taxativos ao afirmar que o concreto terá um papel preponderante na fase de reconstrução. Além disso, também poderão ser observados, segundo eles, um avanço em tecnologias. Lopes, da ABESC, citou o uso de estruturas pré-fabricadas, como as paredes de concreto moldada in loco. Já o professor Tutikian acredita que o pavimento de concreto será mais utilizado nas vias urbanas e rodoviárias, por garantir maior vida útil do que o asfalto.

Íria reafirma a importância da tecnologia na reconstrução do estado. “A partir da realização desses diagnósticos, o setor possui soluções para dar celeridade na recuperação sustentável da região, utilizando, de acordo com a necessidade, ações combinadas, que podem incluir de forma parcial, mista ou total o uso de sistemas construtivos industrializados, que dão agilidade a esse processo, com previsibilidade de custos, mais sustentabilidade, produtividade, durabilidade, segurança e eficiência”, finaliza.

Com foco nos temas mais atuais do setor de construção, especialmente aqueles relacionados ao concreto, a Concrete Show 2024 quer destacar a importância da indústria do concreto na reconstrução do Rio Grande do Sul. Este será um dos temas recorrentes na feira e no Congresso, que acontece em paralelo ao evento, marcado para acontecer entre os dias 6 e 8 de agosto.