O leilão das cotas escriturais do Fundo de Investimento do Nordeste (Finor), que ocorreu na última sexta-feira (21) na Bolsa de Valores do Brasil (B3), angariou R$ 800 milhões que serão investidos nas obras da ferrovia Transnordestina, O projeto da linha férrea prevê a ligação entre o Porto de Pecém, no Ceará, e o Porto de Suape, em Pernambuco, até o cerrado do Piauí, no município de Eliseu Martins, com extensão total de 1.753 km.
Futuramente, ela poderá se conectar com a ferrovia Norte-Sul, em Porto Franco (MA) e é considerada a maior obra logística do Nordeste e um dos principais projetos de infraestrutura do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC). A fase 1 das obras, que vai do PI até o porto do Pecém, está com 72% de avanço físico.
A ferrovia servirá para o transporte de grãos, minérios, combustíveis e fertilizantes, e impulsionará atividades econômicas de diversos arranjos produtivos da região. Em janeiro deste ano, o MIDR, em articulação com a Casa Civil, aprovou, por meio da Diretoria Colegiada da Sudene, a liberação de R$ 400 milhões em recursos do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) para o financiamento das obras.
Fim do Finor
O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), que administra o Finor, explicou que este fundo está em processo de encerramento de suas atividades e que seus recursos serão transmitidos para o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE). De acordo com o Banco do Nordeste, foram negociadas 939 bilhões de cotas do Finor na B3 ao preço de R$ 1,06 por lote de mil cotas, todas adquiridas com dinheiro público.
O fundo está sendo desativado, conforme previsto na Lei nº 14.165/2021, pois o governo entendeu que não havia mais interesse no produto. Muitas empresas usaram o Finor para reduzir impostos no passado, mas os investimentos nem sempre foram bem-sucedidos. Com a recompra das cotas, o governo encerra essas obrigações e evita futuras disputas fiscais, enquanto os investidores saem do fundo de maneira organizada.