Da Redação – 10.09.2018 –
A expectativa de que a energia eólica seja a segunda maior fonte geradora já no ano que vem está mexendo com vários agentes de mercado, inclusive a cadeia de seguros. Pelo menos é o que revela a seguradora Aon, com 15 parques eólicos em sua carteira de clientes e cuja expectativa é que esse tipo de negócio movimente cerca de R$ 50 milhões em prêmios de seguros até 2020.
Atualmente, segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), esse tipo de energia já representa 8,5% da potência geradora instalada no País e cresce a um ritmo superior a 20% ao ano. “A Aon possui uma grande expertise na área de energia eólica. É um mercado que apresenta algumas especificidades. Para fazer um desenho adequado do programa de seguros, existe a necessidade de um profundo conhecimento técnico e de negócio. Certamente, o nosso know-how garante um diferencial estratégico para a operação dos nossos clientes”, diz Clemens Freitag, diretor de infraestrutura da Aon Brasil.
No Brasil, não há seguro obrigatório para a construção de parques eólicos, que não seja o seguro de transportes dos equipamentos até o canteiro de obras. Uma prática comum é a contratação de seguros contratuais. Normalmente, seguros garantia são os mais procurados no início. Em uma segunda etapa, entram os seguros de riscos de engenharia e de responsabilidade civil, considerados essenciais para o financiamento das obras. Há também os seguros adjacentes, como o de transportes e de erros e omissões (E&O).
O seguro ALOP (Advanced Loss of Profit), equivalente ao prejuízo financeiro do investidor devido ao atraso no início das operações da planta em decorrência de um sinistro durante a construção, também integra as opções. Essa modalidade, segundo a Aon, está sendo cada vez mais utilizada, pois a perda de receita com a unidade paralisada pode inviabilizar sua operação.
“O mercado de energia eólica é relativamente atraente às seguradoras. A cada 200 megawatts são gerados aproximadamente R$ 2 milhões em prêmios. Entretanto, não se observa o mesmo apetite quando os parques já estão em funcionamento, dado o volume de sinistros que vem sendo observado com o aumento da idade em operação dos parques”, conclui Freitag.