Da Redação – 06.04.2018 –
Duas grandes empresas do setor enfrentam problemas por vazamentos, repetindo, em menor grau, a ameaça vivida em Mariana
A semana ainda não acabou para a mineração brasileira, que está sob os holofotes negativos causados por acidentes ambientais. A Hydro Alunorte acaba de entrar na mira de uma força-tarefa coordenada pela Procuradoria Geral da República e pelo ministério público do Pará. Os dois órgãos vão acompanhar os danos ambientais causados pela empresa na cidade de Barcarena (PA). A Anglo American, por sua vez, acaba de receber uma multa de R$ 125,5 milhões da Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais (Semad). Motivo? O primeiro rompimento de seu mineroduto ocorrido em março passado.
De acordo com a Agência Brasil, a força tarefa recém-anunciada no Pará vai “investigar os danos e promover a responsabilidade dos agentes, promover a indenização das vítimas e a reparação dos danos, além de analisar os impactos sociais e ambientais decorrentes de vazamento de resíduos e rejeitos químicos de atividades desenvolvidas pela empresa Hydro Alunorte”. O grupo também deve propor medidas administrativas e judiciais para os responsáveis pela poluição ambiental, adianta a agência de notícias.
Só para lembrar: em fevereiro deste ano, um depósito de resíduos da empresa mineradora Hydro Alunorte, localizado em Barcarena, região metropolitana de Belém (PA), transbordou, despejando efluentes tóxicos no meio ambiente, atingindo solo e água de comunidades ribeirinhas em vários pontos do município.
Em Minas, empresa britânica enfrentou dois vazamentos com intervalo de 17 dias
Mais ao sul, a Anglo American vive o problema de dois vazamentos no mineroduto que liga sua produção mineral, em Minas Gerais, ao porto no Rio de Janeiro, de onde o produto é exportado, depois de processado, na forma de pelotas de minério de ferro. A multa milionária diz respeito ao primeiro vazamento, ocorrido em 12 de março. Dezessete dias depois, a mineradora enfrentou o mesmo problema. Em resumo, deve receber outra multa em breve.
De acordo com a Semad, a punição acontece em função de a empresa ter causado “poluição e degradação ambiental que resultou em dano aos recursos hídricos. Gerou ainda dano ou perigo de dano à saúde pública e ao bem-estar da população”, diz a nota oficial da Secretaria. A mineradora, por sua vez, já havia anunciado um aporte de estimado em R$ 60 milhões para ações de reparação e recuperação operacionais, econômicas e socioambientais.
De acordo com o auto de infração emitido pela Semad, escoaram para o ambiente cerca de 474 toneladas de polpa de minério na ocorrência do dia 12 de março. Em relação ao segundo episódio, a Anglo American estima que foram 647 toneladas ao todo, sendo que 174 toneladas atingiram o manancial e o restante foi projetado em área de pastagem de uma fazenda adjacente. A empresa alega, no entanto, que trata-se de material inerte e classificado como não perigoso, conforme normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).