Redação – 31.03.2022 – Ranking do Saneamento do Trata Brasil mostra que 100 milhões de brasileiros não têm acesso à coleta de esgoto e quase 35 milhões não tem água tratada
O Instituto Trata Brasil, em parceria com GO Associados, publicou a 14ª edição do Ranking do Saneamento com o foco nos 100 maiores municípios brasileiros. O relatório faz uma análise dos indicadores do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), ano de 2020, publicado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional. Nesta edição, a cidade que mais pontuou foi Santos (SP).
O levantamento também mostra que a ausência de acesso à água tratada atinge quase 35 milhões de brasileiros, sendo que 100 milhões não têm nem acesso à coleta de esgoto. Os dados do SNIS apontam que o País ainda tem uma dificuldade com o tratamento do esgoto, do qual somente 50% do volume gerado são tratados – isto é, mais de 5,3 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento são despejadas na natureza diariamente.
Outro ponto abordado é sobre os investimentos feitos em 2020, que atingiram R$ 13,7 bilhões, valor insuficiente para que seja cumprido as metas do Novo Marco Legal do Saneamento – Lei Federal 14.026/2020.
Há discrepâncias consideráveis quando se compara os 20 melhores ranqueados com os 20 piores. Enquanto quase toda a população (99,07%) das 20 melhores tem acesso a redes de água potável, 82,52% da população dos 20 piores municípios têm o serviço. A porcentagem da população com rede de coleta de esgoto é ainda mais discrepante: 95,52% da população nos 20 melhores municípios tem os serviços; e somente 31,78% da população nos 20 piores municípios são abastecidos com a coleta do esgoto.
As 20 melhores e as 20 piores
Santos apresentou a melhor média nos serviços de saneamento básico do Brasil. Com 433 mil habitantes, 100% de sua população tem acesso à água, enquanto 99,9% tem atendimento de esgoto, sendo que 97% dele é tratado. As perdas na distribuição de água são de 14%. O investimento em saneamento básico na cidade nos últimos cinco anos chegou a R$ 119 milhões.
Na tabela abaixo, disponibilizada pelo Trata Brasil, é possível ver os indicadores das 20 melhores cidades no ranking.
Por outro lado, Macapá (AP) apresenta dados bem críticos no serviço. Com 512 mil habitantes, apenas 37,5% são atendidos com acesso à água e o atendimento ao esgoto chega a apenas 10% da população. O esgoto tratado atinge apenas 28,4%. Nos últimos cinco anos, o município investiu R$ 28,84 milhões e as perdas na distribuição de água beiram os 75%.
A tabela com as 20 piores cidades pode ser conferida abaixo.