Retirada de lixo flutuante do Rio Pinheiros cresce 28% em outubro

Em relação ao ano passado, são 837 toneladas a mais de resíduos removidos do rio em um mês; dado gera alerta para o descarte incorreto de materiais

Por Redação

em 6 de Dezembro de 2024

A Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo registrou aumento de 28% na retirada de lixo flutuante do Rio Pinheiros em outubro na comparação com o mesmo período do ano passado. Somente em naquele mês de 2024, foram coletadas 3.785 toneladas de lixo, contra 2.948 toneladas no mesmo mês de 2023.

A retirada dos resíduos é realizada diariamente por meio de um barco que navega ao longo dos 25 quilômetros de extensão do Pinheiros. Após a coleta, os detritos são levados para um local chamado “área de rebaixo” (onde são depositados para secar) e, depois, colocados em caçambas e encaminhados para aterro sanitário.

O Rio Pinheiros é dividido em dois canais: superior (15 km) e inferior (10 km). O primeiro começa na Usina de Pedreira, perto da represa Billings, e segue até a Usina São Paulo (antiga Usina de Traição), localizada ao lado da estação Vila Olímpia de trem e no encontro da Avenida dos Bandeirantes com a Marginal Pinheiros. Já o canal inferior se estende da Usina São Paulo até o encontro com o Rio Tietê, na Estrutura de Retiro (próximo ao acesso para a Rodovia Castello Branco). As remoções acontecem nos canais com o auxílio de sete barcos.

O que mais polui o Rio Pinheiros

Entre os detritos campeões de retiradas estão garrafas pet, isopor (marmitas, por exemplo) e brinquedos (como bolas e bonecas). Objetos com volume maior também são vistos com frequência, como sofás e colchões. Coletas inusitadas estão mochilas, capacetes e bicicletas.

Toda essa poluição difusa (que pode vir de diferentes lugares) chega ao rio por meio das chuvas, que acabam arrastando a sujeira jogada nas ruas até a bacia do Pinheiros, ou por ação humana com o lançamento do lixo direto no rio. Jaguaré, Itaim Bibi, Morumbi, Guarapiranga, Vila Olímpia, Panamby e Capão Redondo são alguns dos bairros próximos ao afluente de onde podem vir os detritos.

Lançado em setembro, na semana do Dia do Tietê (22/09), em parceria com a Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia), o “Lixômetro” exibe o alto volume de materiais retirados do canal e o dinheiro público utilizado para realizar a limpeza do lixo superficial. O equipamento fica próximo à Casa Conectada, localizada no Parque Bruno Covas.

IntegraTietê

A coleta é realizada por meio do Programa IntegraTietê, que tem como objetivo promover ações com foco na recuperação do mais importante rio paulista e seus afluentes.

Programa realizado em parceria com a SP Águas (antigo DAEE), Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) e Sabesp. Desde 2023 até agosto, foram retirados 1,7 milhão de metros cúbicos de sedimentos por meio do programa, volume equivalente à carga de 121 mil caminhões basculantes. Se esses caminhões fossem enfileirados, alcançariam uma distância de 1.200 km – mais do que uma viagem entre São Paulo e Porto Alegre.