Sabesp melhora detecção de vazamentos com satélites e IA

Projeto-piloto na Consolação, na cidade de São Paulo, identificou 81 vazamentos usando imagens de satélite com análise de IA, cinco vezes mais do que processo tradicional

Por Redação

em 14 de Maio de 2025
Crédido da Foto: G1

A Sabesp, empresa paulista de gestão de água e saneamento, adotou sistemas de inteligência artificial e imagens de satélite para identificar vazamentos na Região Metropolitana de São Paulo. Já aplicada em países como Israel e Inglaterra, a solução encontrou cinco vezes mais pontos de perda de água comparado ao método convencional, dispensando novos equipamentos.

Leia mais

O projeto piloto ocorreu na região da Consolação, em São Paulo, local de alta complexidade devido às intervenções no subsolo, como redes de gás, energia elétrica e dados, além do intenso tráfego de veículos. Essas condições dificultam a detecção de vazamentos pelo método convencional de escuta.

Em 50 quilômetros de redes analisados, a abordagem convencional identificou 14 vazamentos, enquanto a nova tecnologia detectou 81. Além de ampliar a constatação de pontos de perda, a inteligência artificial permite localizar vazamentos menores, muito difíceis de serem detectados pelo ouvido humano, ainda que auxiliados por aparelhagem específica.

Como funciona a detecção de vazamentos da Sabesp

Imagens de satélite percebem umidade no subsolo a até três metros de profundidade. A inteligência artificial analisa as propriedades do terreno e indica, com precisão de até 100 metros, os locais com possíveis perdas de água potável. Débora Pierini Longo, diretora de Operação e Manutenção da Sabesp, diz que a diferença de temperatura indica se o solo pode ter um vazamento.

Os dados são integrados a um aplicativo que cruza as informações com a rede de tubulações da Sabesp, possibilitando intervenções mais rápidas e otimizando a manutenção. Essa tecnologia não substitui a detecção acústica, mas as equipes passam a ser direcionadas para áreas onde há probabilidade maior de grandes vazamentos.

A área operacional escolhida pela Sabesp para a experiência envolve os bairros da Sé, Campos Elíseos, Cambuci, Aclimação, Mooca, Barra Funda, Liberdade, República, Vila Buarque, Consolação, Higienópolis, Santa Cecília e Santa Efigênia.

Com o sucesso do projeto piloto, a Sabesp está finalizando a contratação da tecnologia para as seguintes cidades: Barueri, Carapicuíba, Cotia, Ferraz de Vasconcelos, Francisco Morato, Guarulhos, Itapevi, Itaquaquecetuba, Jandira, Osasco, Poá, Salesópolis, Santana de Parnaíba, São Paulo e Suzano. Esses municípios concentram 17% dos 29,5% de toda água que são perdidos nas áreas operadas pela companhia, nos 375 municípios que ela atende em São Paulo.