Vendas de cimento crescem em 2021 e voltam a patamar pré-crise de 2015

Redação – 13.01.2022 – Ao analisar a venda por dia útil, o número de vendas em dezembro foi 15,6% menor do que em novembro  As vendas de cimento no Brasil em dezembro somaram 4,8 milhões de toneladas, um crescimento de 1,6% em relação ao mesmo mês de 2020, de acordo com o Sindicato Nacional da […]

Por Redação

em 13 de Janeiro de 2022
Redação – 13.01.2022 – Ao analisar a venda por dia útil, o número de vendas em dezembro foi 15,6% menor do que em novembro 

As vendas de cimento no Brasil em dezembro somaram 4,8 milhões de toneladas, um crescimento de 1,6% em relação ao mesmo mês de 2020, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC). Com esse resultado, o setor termina 2021 com um total de 64,7 milhões de toneladas de cimento vendidas, um aumento de 6,6% sobre o ano anterior, e volta ao patamar de comercialização de dezembro de 2015.  

No entanto, ao analisar a venda de cimento por dia útil, onde é considerado o número de dias trabalhados e tem forte influência no consumo, o volume em dezembro foi de 205,5 mil toneladas, queda de 15,6% comparada com o mês de novembro. 

Os principais indutores do crescimento da atividade foram a continuidade das construções e reformas através da autoconstrução, as obras imobiliárias e uma incipiente retomada de obras de infraestrutura.  

Se em 2020 a região que mais cresceu foi a Nordeste, impulsionada principalmente pelo auxílio emergencial, em 2021 essa foi aquela com o pior desempenho. A redução do auxílio, tanto em valor quanto em abrangência, impactou diretamente esse resultado. O destaque positivo foi a região Sul, que teve o maior crescimento com movimentação em construções de infraestrutura, principalmente em rodovias estaduais e pavimento urbano.  

Outro fator que impactou as vendas de cimento foi a reabertura da economia, segundo o SNIC, que redirecionou a renda da população para outros gastos, como viagens e entretenimento, ao invés de construção e reformas. 

Sustentabilidade 

O roadmap para redução do impacto ambiental da indústria do cimento, lançado em 2019, conseguiu avançar em duas principais ferramentas com maior potencial: ampliação do uso de adições ao cimento e aumento do uso de combustíveis alternativos.  

O SNIC aponta que, no primeiro caso, a indústria liderou, em conjunto com toda a sociedade e através da Associação Brasileira de Normas Técnicas, a atualização das normas de cimento para permitir uma maior incorporação de adições aos cimentos compostos e acelerando assim a redução do fator clínquer. 

No segundo caso, a queima de resíduos em fornos de cimento, tecnologia conhecida como coprocessamento, surge como importante alternativa para redução das emissões da indústria, além de representar uma solução ao passivo ambiental gerado pelo acúmulo de resíduos em aterros, transformando-os em energia. 

Nesse sentido, cabe destacar que, os mais recentes números divulgados pelo GCCA, o coprocessamento no Brasil alcançou, em 2019, 31% na matriz de combustíveis, valor que estava previsto somente para 2025.  

Expectativas para 2022 

O setor da construção começa 2022 em um cenário bem mais desafiador, aponta o SNIC. A economia está em recessão técnica, a taxa de juros está em ascendência impactando os financiamentos imobiliários, já o poder de compra dos consumidores está diminuindo. Por isso, o sindicato defende o uso de outros indutores de demanda por cimento, pois estima que em 2022, estagne entre 0% e 0,5%. O SNIC também defende a volta do investimento em infraestrutura e habitação por parte dos governos.