“Cat” sobe no telhado e anuncia cortes para equilibrar operação

Por Rodrigo Conceição Santos – 30.10.2015 – Caterpillar fecha terceiro trimestre de 2015 e confirma que terá o quarto ano consecutivo de queda nas vendas em 2016; menor desempenho da economia chinesa e a recessão no Brasil têm responsabilidade nessa conta, diz CEO em vídeo para a CNBC. Na semana passada a Caterpillar anunciou os […]

Por Redação

em 30 de Outubro de 2015
Receita da empresa na América Latina caiu 31% no último trimestre.

Por Rodrigo Conceição Santos – 30.10.2015 –

Caterpillar fecha terceiro trimestre de 2015 e confirma que terá o quarto ano consecutivo de queda nas vendas em 2016; menor desempenho da economia chinesa e a recessão no Brasil têm responsabilidade nessa conta, diz CEO em vídeo para a CNBC.

Receita da empresa na América Latina caiu 31% no último trimestre.

Receita da empresa na América Latina caiu 31% no último trimestre.

Na semana passada a Caterpillar anunciou os resultados do terceiro trimestre do ano e as informações foram nada animadoras. A receita bruta foi quase 20% inferior à registrada no mesmo período de 2014 (U$ 11 bilhões neste ano contra U$ 13 bi no terceiro trimestre do ano passado). O lucro por ação é, atualmente, mais de duas vezes inferior ao conquistado pelos acionistas no mesmo período do ano passado (hoje é de U$ 0,75). Com esses resultados, o Chairman e CEO da empresa, Doug Oberhelman, reforçou que a saída está nos fortes cortes no seu custo operacional, algo que “é doloroso e vai afetar milhares de pessoas, mas que é essencial para a saúde a longo prazo da empresa”, como ele confirmou no vídeo que pode ser visto neste link http://www.cnbc.com/2015/10/22/caterpillar-earnings-revenue-miss-expectation.html.

“Quando olhamos para o que provavelmente será o nosso quarto ano consecutivo com queda nas vendas – algo que nunca aconteceu em nossa história de 90 anos – fica fácil explicar por que estamos nos reestruturando para reduzir a nossa estrutura de custos”, diz. Segundo ele, a expectativa para 2015 era reduzir custos em U$ 250 milhões, mas hoje ela aumentou para U$ 800 milhões e isso já seria resultado das ações de reestruturação adicionais que estão sendo bem-sucedidas.

Questionada pelo InfraROI, a Divisão de Relações com a Imprensa da Caterpillar Inc. informou que “não está prevendo uma reestruturação direcionada no Brasil, mas sim que as suas ações de reestruturação são globais”. Mesmo assim, a empresa lembra que as vendas na América Latina caíram 31% no terceiro trimestre de 2015 em comparação ao mesmo período do ano passado, e isso se deve à fraqueza da economia em toda a região, algo que foi fortemente afetado pela redução significativa de mercado no Brasil”.

A Caterpillar informou ainda que a redução no Brasil inclui um impacto desfavorável da moeda, o que se traduz em menos entrada de dólares para os EUA a cada venda. Nesse tocante, “o segmento de Construções Industriais da Caterpillar foi particularmente afetado, devido ao fraco desempenho da construção civil”, informou a companhia.

Especial: mercado de equipamentos deve cair pela metade

Para o próximo ano, com estrutura mais enxuta e sem enxergar melhoras significativas nos mercados onde atua, a Caterpillar já prevê receitas cerca de 5% abaixo das de 2015. Detalhe: este ano já está sendo o pior da empresa na última década e fechará com a receita bruta de U$ 48 milhões para a gigante do setor de equipamentos pesados. “O ambiente continua extremamente desafiador para a maioria das principais indústrias que servimos (mineração, óleo e gás, construção e energia), pois suas vendas e receitas estão 19% menores em relação ao terceiro trimestre do ano passado. Por isso, novamente, melhorar a forma como operamos é o nosso foco em meio à fraqueza de mercados como o de mineração e petróleo e gás”, diz Oberhelman, que detalha a previsão de queda de 10% nos dois mercados para o ano que vem.

No final de 2016, o executivo espera que as ações de reestruturação e cortes de custos operacionais na Caterpillar em todo o mundo gerem economia de U$ 1,5 bilhão ao ano, algo que traria a lucratividade dos acionistas aos patamares desejados e retomaria o equilíbrio tradicional a um “big Cat”.