Artigo: A sinergia das máquinas no ecossistema de pavimentação

Thomás Spana* – 12.11.2021 –
Thomás Spana, gerente de Vendas da Divisão de Construção da John Deere Brasil (foto: divulgação).

Quando alguém tem uma atitude pioneira, se aventura diante de algo até então desconhecido, dizemos que essa pessoa pavimentou o caminho para que outros pudessem partir em jornadas semelhantes – e levar ainda mais longe o legado do primeiro desbravador.

Essa imagem é apenas uma metáfora, mas ela é bastante apropriada – e um tanto literal – quando falamos sobre o setor de pavimentação. Mais do que criar estradas, estamos falando em conexões entre localidades, expansão econômica, aprimoramento logístico e até redução de distâncias. É, em suma, abrir caminhos para levar desenvolvimento a diversos lugares.

Se isso faz sentido desde antes de o automóvel ser inventado, na era da conectividade a atividade ganha outra dimensão. E tal desenvolvimento é providencial, tamanha a demanda por infraestrutura. Para se ter uma ideia, segundo dados da Confederação Nacional de Transportes (CNT), até 2018 a quantidade de estradas brasileiras com pavimentação surpreendentemente não passava de 12,3% – ou seja: apenas 211.468 km de 1.720.756 km.

Houve um certo avanço ao longo desses três anos, mas ainda há muita estrada pela frente. E o setor de máquinas e equipamentos ocupa uma posição estratégica nesse cenário. De acordo com um relatório recente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), houve um crescimento de 16,7% na receita líquida nesse segmento, ligeiramente acima das nossas expectativas. Somente em agosto, houve melhora tanto nas receitas internas como nas exportações, mas o mercado externo exerceu a maior influência positiva nos resultados. Na comparação com o mesmo mês de 2020, o crescimento de 25,6% também foi puxado pelas exportações, que cresceram 78,4% neste tipo de análise.

Estamos, porém, diante de mais de 85% das estradas brasileiras que carecem de pavimentação. Pensando apenas na quantidade de máquinas fabricadas, em quanto tempo seríamos capazes de desenvolver a infraestrutura ideal para dar vazão ao dinamismo da nossa economia?

A resposta para isso, a meu ver, não se encontra nas máquinas – não apenas nelas, pelo menos. Assim como os equipamentos de diversas outras indústrias, temos aqui uma área que se beneficia enormemente da conectividade e de tudo o que ela proporciona. O ecossistema de inovação já contempla a o setor de infraestrutura, e com a pavimentação não seria diferente.

A indústria de máquinas e equipamentos tem feito sua parte, desenvolvendo soluções com tecnologia avançada e capazes de levantar dados completos para apoiar a tomada de decisões, ampliar a produtividade, otimizar a frota, reduzir custos e tornar os processos mais precisos. E um pilar fundamental nessa transformação é a capacitação dos profissionais que colocarão todos esses recursos em uso em todo o seu potencial.

As soluções que desenvolvemos, porém, têm pouca utilidade sem a disponibilidade de internet em regiões mais remotas. O avanço de que precisamos, portanto, deve ser um esforço em conjunto de diferentes setores em prol de ganhos que serão compartilhados por todos em um futuro próximo.

A infraestrutura, afinal, é um meio para que diferentes atores viabilizem suas atividades, e não um fim em si. Que seu desenvolvimento, enfim, pavimente o caminho rumo a uma sociedade mais próspera para todos.

*Thomás Spana é Gerente de Vendas da Divisão de Construção da John Deere Brasil.