Redação – 17.02.2023 – Com carregadores antigos e filas, modelo de carregamento gratuito para carros elétricos precisa ser superado no Brasil
O mercado de veículos elétricos no Brasil vem crescendo, com 49.245 unidades vendidas em 2022, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). No entanto, a falta de infraestrutura de recarga é um obstáculo para o aumento da popularização dos veículos elétricos no país. A Elev, especialista em soluções de eletromobilidade, diz que os carregadores gratuitos têm se tornado um problema.
Para Ricardo David, sócio-diretor da Elev, os carregadores gratuitos são apenas temporários e usam tecnologia antiga, e poderão estar com seus dias contados quando o setor avançar. “Eles são viáveis apenas em períodos iniciais de transição, quando o mercado de carros elétricos ainda é incipiente”, explica.
Ele lembra que os carregadores gratuitos são divulgados por fabricantes como uma vantagem, mas acabam gerando filas e frustração aos motoristas de carros elétricos. Além disso, David explica que os carregadores gratuitos podem não oferecer a mesma velocidade e capacidade de carregamento dos carregadores pagos.
O executivo ainda aponta que o carregamento elétrico gratuito é um dos entraves para o desenvolvimento tecnológico dos carregadores disponíveis no mercado brasileiro. Para ele, são necessários estudos sérios para o entendimento do sistema de carregamento como um todo, além da criação de um plano nacional para a eletrificação.
Investimento é desafio
Os carregadores pagos são mais avançados e têm capacidade de carregamento rápido, oferecendo mais comodidade aos proprietários de veículos elétricos. No entanto, o investimento em carregadores pagos requer uma infraestrutura mais robusta e ampla, o que tem sido um desafio no Brasil.
Atualmente, o governo brasileiro, liderado pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e vice-presidente Geraldo Alckmin, tem mostrado interesse em investir no setor, mas ainda há inúmeros desafios. Segundo David, um deles é a falta de um padrão para o plug de recarga, um obstáculo para a expansão da eletromobilidade.
“Ainda precisamos de um marco civil para a eletromobilidade. Apenas assim poderemos ver o setor desenvolver-se de forma plena e atingindo todas as lacunas que atualmente temos no mercado brasileiro”, explica.
Para os consumidores que desejam continuar economizando na hora de carregar seus carros elétricos, ainda há soluções. “Uma das soluções mais viáveis encontradas em outros mercados é investir em um carregador doméstico. Assim, o usuário terá maior controle, por mais que os carregadores pagos disponíveis tenham um custo de carga muito mais baixo do que o valor da energia consumida nas residências”, explica.