Engie Brasil registra aumento de 23,8% no lucro em ano marcado por mudanças

Redação – 29.02.2024 – Empresa encerrou operações com carvão e se concentrou apenas em energias renováveis, investindo quase R$ 3 bilhões em projetos

A Engie Brasil Energia registrou lucro líquido ajustado de R$ 3,421 bilhões no ano de 2023, crescimento de 23,8% quando comparado a 2022. O valor alcançado é em razão do maior resultado de participação societária na TAG, da maior participação do segmento de transmissão e pela recuperação de custos relativos à repactuação do risco hidrológico, atenuada pela menor contribuição do segmento de geração, devido à venda da UTE Pampa Sul.

O ano passado foi muito importante para a empresa, não só pelo maior lucro, mas também pelas mudanças de negócio pelas quais passou. Em 2023, a Engie concluiu com sucesso a saída das operações a carvão, passando para fontes 100% renováveis. Foram investidos R$ 22 bilhões ao longo de oito anos em linhas de transmissão e novas formas de geração de energia, culminando em 8,3 GW de capacidade instalada própria.

Só em 2023, a companhia investiu R$ 2,854 bilhões em diferentes projetos. O Conjunto Eólico Santo Agostinho recebeu R$ 1,067 bilhão, enquanto Serra do Assuruá teve o aporte de R$ 1,051 bilhão ao longo do ano. No quarto trimestre, entraram em operação comercial 25 unidades geradoras do Conjunto Eólico Santo Agostinho, o qual somou, ao fim de 2023, 33 aerogeradores operando comercialmente e outros 22 em teste.

Neste início de 2024, outros 20 iniciaram a operação comercial, com isso, 53 aerogeradores, de um total de 70, já estão operando comercialmente em Santo Agostinho (base 27/02). A partir do segundo semestre, a Engie tem previsão de iniciar a operação comercial do Conjunto Eólico Serra de Assuruá, na Bahia, e do Conjunto Fotovoltaico Assú Sol, no Rio Grande do Norte – ambos com conclusão prevista para o final de 2025.

No segmento de Transmissão, o projeto Gavião Real, complementar ao Sistema de Transmissão Novo Estado, atingiu 81,9% de avanço de obras. Já o Sistema de Transmissão Asa Branca, que passará pelos estados da Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo, teve os principais contratos de serviços, equipamentos e materiais assinados, e tem previsão de antecipação de entrada em operação de pelo menos 24 meses.

Mais dados financeiros

A receita operacional líquida atingiu R$ 10,748 bilhões em 2023, 9,7% abaixo do montante apurado em 2022. A empresa diz que a variação foi reflexo da redução na receita com contratos de venda de energia nos ambientes regulado e livre, resultado da combinação das variações de quantidade de energia vendida e do preço médio líquido de vendas; redução na remuneração dos ativos financeiros de concessão correspondentes à parcela do pagamento pela outorga das concessões das Usinas Hidrelétricas Jaguara e Miranda referente à energia destinada ao Ambiente de Contratação Regulada. Ainda, queda nos segmentos de transmissão e trading. Esses efeitos foram parcialmente atenuados pelo acréscimo nas transações realizadas no mercado de curto prazo.

O Ebitda ajustado foi de R$ 7,270 bilhões, aumento de 4,7%. Considerando os efeitos não recorrentes de impairment líquido, alienação de subsidiária e indenização de seguros, o Ebitda aumentou R$ 495 milhões (7,3%) entre os anos, passando de R$ 6,790 bilhões em 2022 para R$ 7,285 bilhões em 2023.

O preço médio dos contratos de venda de energia, líquido dos tributos sobre a receita e das operações de trading, foi de R$ 226,42/MWh em 2023, valor 1,6% superior ao praticado em 2022.

No acumulado do ano, os consumidores livres (com exceção de CCEE e outras receitas) representaram 41,4% das vendas físicas, aumento de 0,3 p.p., e 37,2% da receita operacional líquida, 0,2 p.p. menor quando comparado a 2022. A estabilidade da participação dos consumidores livres se deve ao menor volume de compras e consequente menor volume disponível para venda a esse nicho de mercado.

ESG

A Engie Brasil Energia permanece integrando o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) – pelo 19º ano consecutivo, atingindo o 5° lugar geral e a melhor colocação entre as empresas do setor elétrico – e o Índice de Carbono Eficiente (ICO2), pelo quarto ano seguido, ambos da B3. A companhia ainda foi listada, pela primeira vez, no S&P Global Sustainability Yearbook 2024, no setor de Electric Utilities. Dentre as 199 empresas do setor elétrico mundial avaliadas, apenas 24 compõem a publicação (12% do total).

Outro destaque do período é o avanço de “B” para a classificação “A-” no CDP Climate Change 2023, em seu segundo reporte individual realizado. O questionário de mudanças climáticas avalia aspectos como governança, estratégia e gestão de riscos e oportunidades.

No que tange à governança, a ENGIE recebeu o Selo Pró-Ética 2022- 2023, oferecido pela Controladoria-Geral da União (CGU) em parceria com Instituto Ethos, em reconhecimento às empresas que adotam boas práticas de ética, transparência e integridade na gestão de seus negócios.