Relatório traça caminho da inovação para o setor de telecom

Redação – 04.06.2024 – Inovação é irreversível para as operadoras se manterem relevantes no mercado e relatório aponta como o setor tem buscado se tornar mais tecnológico

À medida que os formatos tradicionais de telecomunicações estão sob pressão, com mais concorrência, novas expectativas dos clientes, e necessidade de investimentos, as empresas de telecom precisam atualizar seus modelos de negócios e apostar na inovação. A afirmação está no novo relatório da KPMG, o “De empresas de telecom à tecnologia: rumo às telecomunicações do futuro”, que aponta a importância das operadoras mudarem a estratégia do telco para techco.

Neste caso, elas devem priorizar a inovação, focar na experiência do cliente e participar da transformação digital de forma contínua. As vantagens são claras, como gerar valor para seus clientes; operar por meio de arquiteturas de nuvem desfragmentadas; desenvolver uma carteira de serviços digitais; proporcionar experiências digitais completas e automação avançada; permitir a tomada de decisão baseada em dados; entre outras.

Para atingirem a mudança necessária, as organizações de telecomunicações precisarão estar mais conectadas com seus ecossistemas, suas próprias empresas e seus stakeholders. Elas devem ser ágeis e robustas e ter uma abordagem de transformação digital centralizada no cliente que conecte funções de front, middle e back offices.

Apples, a carta na manga das telcos

Ainda segundo o relatório, um caminho promissor está no conceito futurista recentemente apresentado em um congresso em Barcelona, na Espanha, conhecido como appless. A tecnologia responderá aos usuários gerando recomendações personalizadas como, por exemplo, para serviços de viagens ou compra de produtos mediante comando de voz.

Serão smartphones sem nenhum aplicativo aparente, mas com um sistema operacional que opera como a primeira interface generativa de IA do mundo. Os usuários precisarão apenas dizer o que desejam ela responde em uma interface hiper personalizada. O recurso utiliza modelos de linguagem natural (LLM) multimodais e intermodais, os quais devem integrar os dispositivos em breve, podendo atender às necessidades dos usuários e melhorar as perspectivas de negócios das empresas do setor, conforme explica a KPMG.

De acordo com a publicação, a definição de padrões de 5G independente indica que o setor de telecom já reconheceu a necessidade de inovação. Contudo, a jornada requer investimentos em habilidades técnicas de prestação de serviços e novas competências de comercialização. Além disso, empresas de telecomunicações precisarão avançar na oferta de mais serviços e pensar de modo diferente sobre como elas agregam valor aos clientes.

Nesse sentido, os principais desafios a serem superados são os seguintes: oferecer a melhor experiência do usuário e modelos de gerenciamento centrados no cliente; recursos de gerenciamento omnichannel de autoatendimento em tempo real; excelência em marketing digital; IA para automatizar processos internos e front office; alinhamento com requisitos regulatórios, de segurança e privacidade.

Modelos de negócios

O relatório ainda aponta que as oportunidades são significativas e o Open Gateway, que transforma redes de telecomunicações em plataformas prontas para desenvolvedores, associado com Inteligência Artificial Generativa, computação de borda, realidade aumentada e gêmeos digitais, pode viabilizar essa transformação. A expectativa também é que a jornada das telcos para as techcos habilite novas formas de monetização, uma clara demanda do setor.

Para a KPMG, há vários modelos techcos emergindo que trazem inovação ao setor de telecom, sendo três os principais:

  • As techcos de serviço focam em desenvolvimento e entrega de soluções para clientes finais utilizando recursos disponíveis. São ágeis na adoção de tecnologias emergentes, engajando clientes B2C e B2B e liderando serviços de tecnologia de ponta.
  • Techcos de rede focam em redes baseadas em nuvem e plataformas de comercialização de IAP que permitam que os desenvolvedores insiram a rede como um serviço (NaaS) nas soluções digitais. Elas priorizam escala, eficiência e automação de processos para permanecer na vanguarda da inovação tecnológica, aprimorar a realização de serviços, e manter a vantagem competitiva.
  • As tecnologias dominantes combinam tanto as competências em tecnologia de serviços como as competências em tecnologia de rede para definir tendências setoriais e inovar em soluções de ponta que as ajudem a solidificar sua posição de liderança de mercado.