Ambiente em nuvem é destaque nas previsões para 2019

Mark Phillipson – 13.01.2019 – 

Por ser um evangelista da nuvem, defendo que o conceito de nuvem está totalmente pronto para ambientes de missão crítica. Estamos no limiar de algumas transformações importantes em 2019 que farão a nuvem se tornar o ambiente corporativo dominante: já é possível perceber o fim de roadmaps e suporte para sistemas proprietários antigos, e isso nos leva a uma mudança de gerações.

Neste ano, veremos o início do planejamento, de fato, para mover aplicações de missão crítica para a nuvem em uma escala sem precedentes – uma sugestão que teria sido recebida com risos não muito tempo atrás. Os ambientes em nuvem, já no centro da Transformação Digital, devem avançar ainda mais em 2019, impulsionados pela AI (inserida em praticamente tudo) e pelos novos modelos de parceria, que realinham a tecnologia com os objetivos de negócio. Agora, não é uma questão de “se” a nuvem é robusta o suficiente para lidar com a missão crítica”, é uma questão de encontrar a “plataforma de nuvem correta para a carga de trabalho ou a aplicação certa”.

Cloud-native cada vez mais presente

As pessoas testam a tecnologia nativa da nuvem há vários anos, mas, em 2019, acredito que veremos os casos de negócios e os benefícios realmente começarem a decolar.

O “cloud-native” é conhecido por fornecer a extrema escalabilidade exigida pelos modelos de negócios de empresas de ponta ou startups e por trazer a transformação completa que modifica processos com o desenvolvimento como um nativo da nuvem – ou “cloud-native” – daqui para frente. Em 2019, este conceito, também conhecido como “nascido na nuvem” deve se destacar como o principal método escolhido para a transformação de aplicações, uma vez que permitirá que as organizações desenvolvam estratégias capazes de oferecer uma nova vantagem competitiva disruptiva.

Por exemplo, na indústria de segurança, os dados e informações podem se reunir em um só ambiente, facilitando o monitoramento remoto, a fim de colocar pessoas apenas onde é absolutamente necessário. O que permite que essas pessoas se concentrem, realmente, em trabalhos com um propósito maior do que olhar a noite toda para telas monótonas e sem eventos.

TI híbrida e a poli-nuvem

Embora há um tempo parecesse óbvio que a TI híbrida, construída a partir de uma combinação otimizada de nuvem pública, nuvem privada e um pouco de TI local, seria o futuro lógico dos ambientes corporativos, percebemos uma tendência em certos trimestres que negam isso. O número de ofertas de nuvem privada está crescendo e ajudará a consolidar a posição da cloud, já que, por razões de desempenho, conformidade regulatória, segurança e proximidade a outros serviços, a nuvem pública sozinha não é a resposta para tudo.

Existe uma grande área de sobreposição entre a TI híbrida e o conceito relativamente novo de poli-nuvem que aponta para o uso de múltiplas nuvens públicas e/ou privadas baseadas na própria estratégia de uma organização usuária. Vale lembrar que o uso, atualmente, tem sido definido por volume de dados e/ou valor de investimento. Em 2019,  a questão principal passa a ser “como cada cloud em uma poli-nuvem suporta o impacto disruptivo do meu modelo comercial e ajuda a diferenciar meu negócio?”.

Prepare-se para a IA em todo lugar

Blockchain, IoT, Análise de Dados, Automação Robótica de Processos: a partir daqui, tudo será orientado por IA e a velocidade de adoção será pelo menos igual a qualquer tecnologia anterior.

A IA representará um grande impacto na eficácia das operações diárias de negócios de maneira simples, automática e ágil, tudo isso a um custo menor. A consequência é que tudo se tornará inteligente e habilitado. Essa é a realidade do nosso novo mundo: agora tomamos decisões sobre quando queremos que a IA esteja no comando, especificamos os resultados que queremos e até onde estamos preparados para permitir que a tecnologia vá.

Real Digital – realinhamento de tecnologia com objetivos de negócio

Também precisamos nos atentar aos riscos da tecnologia para os próximos anos. Um caminho que vemos crescer é a criação de alinhamento total entre parceiros de tecnologia e clientes, com contratos baseados em uma saída de negócios. Normalmende, os acordos são determinados com base no número de máquinas virtuais usadas. Agora, veremos o conceito de “real digital”, que já é aplicado em outros setores, como, por exemplo, empresas de elevadores que cobram com base no uso de horas de manutenção ou fabricantes de motores de aeronaves pagos por horas de voo.

A expectativa é de que esse modelo dê um salto maior para os serviços de TI em 2019. Além disso, empresas já criam um modelo inteligente de fraude e erro baseado em nuvem, em que o valor pago pelo cliente é determinado por uma abordagem baseada em recompensa. Para o cliente, o número real de máquinas virtuais deve ser irrelevante – é tudo sobre os resultados.

Mark Phillipson é Head of Hybrid IT business da Fujitsu EMEIA