Australianos alertam para vulnerabilidade das concessionárias de energia com Internet das Coisas

Redação – 22.08.2019 –

Com uso intensivo de sensores, setor é um dos mais visados pelos ataques, o que pode ameaçar o funcionamento da infraestrutura

Os australianos estão preocupados com a vulnerabilidade do setor elétrico com a adoção crescente de Internet das Coisas. Para os especialistas, é inevitável a ativação de sensores e das tecnologias de machine learning e Analytics. O problema são os riscos que a tecnologia traz, como destacou Tim Daly, chief security officer (CSO) da (AEMO) no evento Gartner Security and Risk Management Summit, que aconteceu em Sydney nessa terça.

A AEMO é uma operadora independente de energia, que responde, entre outras coisas, pela distribuição de gás e pela interconexão de redes no país da Oceania. Segundo ele, a Austrália pode repetir os ataques que acontecem nos Estados Unidos, inicialmente focados nas municipalidades e agora tendo como alvo o setor elétrico. Para Daily, a defesa deve envolver iniciativas individuais das empresas e também um esforço coordenado do setor.

Entre os pontos de vulnerabilidade, o especialista da AEMO destaca os parceiros, que podem oferecer uma porta de entrada para a ação criminosa, e a própria natureza da infraestrutura de energia elétrica, incluindo a entrada de fontes de energia distribuídas na rede principal.

Para outra empresa, a Horizon Power, que atua na província da Austrália Ocidental, uma resiliência contra ataques cibernéticos deve envolver investimento em recursos humanos e na mudança de cultura corporativa. A concessionária foca muito de suas ações na melhoria de defesa da rede, principalmente com a introdução de novas fontes de energia distribuída. A companhia criou um sistema de gerenciamento de energia distribuída para combater a ameaça.

Outro ponto de atenção é a ativação de medidores inteligentes nos usuários residenciais, outra provável porta de entrada de ataques. Em função da telemetria, eles precisam ter sensores ativados e ligados à rede. A ativação faz parte da transformação de uma estrutura centralizada para um cenário de microrredes. Hoje, a Horizon atende cerca de 49 mil consumidores em uma área de 2,3 milhões de km2, em 38 sistemas separados em toda a província.

Uma das formas de reduzir o perigo é a manutenção da descentralização da rede, ou seja, eles operam separadamente e não fazem parte inicialmente da base operacional da rede gerenciada pelo sistema Scada. Ao mesmo tempo, a empresa treina seus técnicos que operam o Scada para a nova tendência de ameaça à rede. Ela também introduz engenheiros especializados no Scada nas equipes de TI responsáveis pelo monitoramento e combate aos ataques, criando uma nova cultura corporativa de segurança.