Brasil tem capacidade logística entregar vacinas contra Covid-19

Redação – 26.11.2020 –

Segundo especialista, tecnologia atual permite atender maior parte das vacinas dentro dos padrões da Anvisa e da OMS

As notícias recentes sobre a eficácia de vacinas contra a Covid-19 trouxeram um alento para os brasileiros, mas também levantaram várias dúvidas. Uma delas diz respeito à logística  de transporte, inclusive porque uma das vacinas exigiria condições de armazenamento de 70 C negativos. Bom, exceto ela, cujo fabricante vai ter que encontrar uma solução que atenda o país, caso seja adotada por aqui, as outras já têm condições de serem movimentadas tranquilamente pelo país.

Essa é a opinião de Marcos Augusto Pordeus de Paula, diretor da Frigo King, empresa que fabrica equipamentos de alta tecnologia para refrigeração de cargas transportadas em baixas temperaturas. De acordo com ele, o mercado brasileiro de transporte de medicamentos tem infraestrutura logística para transportar as vacinas que combaterão o Covid-19. “Os equipamentos são próprios para atender os três padrões de temperatura utilizados usualmente pelos operadores logísticos e que são determinados pela Anvisa”, confirma.

O primeiro padrão de temperatura para armazenagem e transporte de medicamentos é o de 18 graus positivos, com variação na faixa de 15º a 25º positivo. Ele atenderia a grande maioria dos medicamentos vendidos no Brasil. O segundo é de transporte de cargas com temperatura de 5 graus positivos, com variação de 2º a 8º positivos, e é adequado para o transporte da maior parte das vacinas e demais produtos mais delicados e tecnologicamente avançados, como insulina. O terceiro padrão opera em 18 graus negativos para menos e é adequado para o transporte de outros tipos de vacinas.

“Fora desses padrões será necessário desenvolver algo específico”, diz Marcos Augusto. O especialista lembra ainda que a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 50% das vacinas chegam comprometidas ao seu destino devido a falhas no controle de temperatura. “Por isso é essencial ter esse controle desde o momento em que as vacinas saem dos fabricantes e até se destino final que podem ser os centros de distribuição de farmácias, laboratórios e hospitais”, finaliza.