CCR pagou caro na concessão de aeroportos, diz analista financeiro

Redação – 08.04.2021 –

A CCR pagou R$ 2,88 bilhões de reais para arrematar o lote Sul durante a sexta rodada de leilões de aeroportos da B3 nesta quarta (07.04). O valor é 16 vezes acima do mínimo de contribuição inicial e ficou caro, na avaliação de Jansen Costa, especialista em investimentos e sócio-fundador da Fatorial Investimentos.

“O mercado achou caro o preço que a CCR pagou. A empresa desembolsou duas vezes mais que o segundo colocado, sendo pouco mais de R$ 1 bilhão de diferença. Podia ter pago menos e levado a mesma concessão. O importante agora é analisar o projeto a ser desenvolvido na concessão junto ao retorno ao longo dos anos”, diz.

Agora, para saber se vale aproveitar a oportunidade para investir nas ações, o especialista recomenda atenção para os próximos leilões. “A CCR vai participar de outros leilões que vão gerar movimento no papel. Então, a gente precisa ficar de olho nos próximos dias. Na minha percepção, o cenário é positivo no longo prazo e aumenta o portfólio da empresa, mas claro que vai depender também do curto prazo e o que pode acontecer nos próximos dias”, comenta.

O bloco arrematado pela CCR inclui os terminais de Curitiba, Bacacheri, Foz do Iguaçu e Londrina (PR), Navegantes e Joinville (SC), e Pelotas, Uruguaiana e Bagé (RS). A CCR venceu a proposta da espanhola Aena, de R$ 1,05 bilhão de reais e a do grupo Infraestrutura Brasil.

A empresa também arrematou o Bloco Central pela outorga de R$ 754 milhões de reais. Neste bloco, estão os aeroportos de Curitiba, Bacacheri, Foz do Iguaçu e Londrina (PR), Navegantes e Joinville (SC), e Pelotas, Uruguaiana e Bagé (RS).

Já a francesa Vinci Airports ficou com o bloco Norte após ofertar R$ 420 milhões de outorga, valor oito vezes acima do mínimo. No lote, estão os terminais de Manaus, Tabatinga e Tefé (AM), Porto Velho (RO), Boa Vista (RR), e Rio Branco e Cruzeiro do Sul (AC).