CG Telecom vai instalar rede óptica entre Rio e São Paulo

Da Redação – 17.02.2017 –

Objetivo da empresa é atuar como fornecedora de infraesturura de redes para operadoras de telecomunicações e provedores de internet (ISPs), com a oferta de fibra apagada.

Centro nevrálgico do tráfego de comunicação de dados em todo o Brasil, a ligação entre o Rio de Janeiro e São Paulo já apresenta sinais de esgotamento da capacidade de infraestrutura utilizada por operadoras de telecomunicações e provedores de internet, em médio e longo prazo. Atenta a esta situação, a CG Telecom inicia este mês seu projeto de implantação de uma rede de cabos ópticos entre as duas principais capitais do país, ao longo da Via Dutra.

Com 547 quilômetros de extensão e 144 fibras ópticas, o backbone interligará sites que funcionam como grandes concentradores de tráfego, entre a Praia do Botafogo (RJ) e a cidade de Guarulhos (SP). Nessa lista constam alguns dos maiores data centers do país, como o Teleporto/RJ e as instalações da Equinix e Terramark. Além disso, ele será conectado ao cabo submarino que chega ao Recreio dos Bandeirantes (RJ), interligando o Brasil ao mundo, contando ainda com terminações em grandes municípios ao longo de seu trajeto, no Vale do Paraíba, como São José dos Campos (SP), Taubaté (SP), Resende (RJ), Volta Redonda (RJ) e outros.

A ideia, segundo Fábio Chiesa, CCO da CG Telecom, é atuar como um provedor de infraestrutura para operadoras de telecomunicações e ISPs. “Ao instalar sua rede, muitos provedores de internet de maior porte têm capacidade para a contratação de fibra apagada em vez de operar com fibra acesa”, diz ele. Nesse caso, a empresa arca com todos os equipamentos necessários, como amplificadores, DWDM e outros, mas também pode operar com protocolos e procedimentos próprios.

Apesar de assumir um investimento inicial maior ao optar por essa estratégia, o executivo destaca que o ISP acaba reduzindo seus custos operacionais. Afinal, para contratar um pacote de 6 Gigas – característico de grandes geradores de tráfego – o custo por megabit trafegado na ligação Rio-São Paulo fica em cerca de R$ 1,40, com a locação de fibra acesa, contra um valor de R$ 0,21, na opção por fibra apagada. “Um provedor que necessita de infraestrutura nessa região até encontra fibra acesa para locação, mas a disponibilidade de fibra apagada está cada vez mais rara”, ele ressalta.

Na avaliação do executivo, essa demanda reprimida corrobora a assertividade da estratégia adotada pela empresa. “Estamos negociando cerca de 40% dessas fibras e, no médio prazo, devemos contar com cerca de 60% delas contratadas.” Embora tenha seu foco voltado à oferta de fibra apagada, a CG Telecom irá iluminar algumas delas em seu backbone, totalizando uma capacidade instalada de 2 Tb, para viabilizar o início das operações.

A implantação desse backbone começa este mês, já que a empresa dispõe das licenças para as obras de lançamento dos cabos, e está sob responsabilidade da instaladora de redes Arcitech, de Campinas (SP). A previsão é que ele esteja pronto para entrar em operação em maio de 2018. Segundo Chiesa, para a maior eficiência na execução dos serviços, cerca de 40% das obras deverão ser realizados por método não-destrutivo (MND), incluindo a travessia de rios e o lançamento de cabos em trechos urbanos.

A preocupação com a qualidade da rede, aliás, está presente em cada etapa do projeto, de forma a garantir seu desempenho. Por esse motivo, o executivo destaca que as emendas das fibras ópticas serão realizadas dentro de critérios rigorosos e os dutos utilizados serão do tipo antirroedor. Além da oferta de fibras apagadas, a CG Telecom também vai atuar na locação de dutos e caixas de passagem para infraestrutura de redes.