Cinco ações de IoT que tornam a cadeia de suprimentos mais inteligente

Javier Jiménez (*) – 12.07.2018 –

A combinação de sensores inteligentes, tecnologia de nuvem e análise está tornando as cadeias de suprimentos mais inteligentes e eficientes, com a capacidade de rastrear cada produto em todas as etapas de seu ciclo de vida.

Há alguns dias, no café da manhã, descobri que o leite estava azedo. Eu queria saber quem foi o responsável por aquilo. Teria sido o gerente da loja, o motorista do caminhão de entregas, o supervisor de controle de qualidade da fazenda de gado leiteiro. Você não queira mexer no meu café da manhã!

Até recentemente, talvez parecesse que isso poderia ser considerado “pedir demais”, mas agora é possível, com a tecnologia de hoje, rastrear cada etapa da cadeia de fornecimento de tudo que há em sua geladeira. Atualmente, os fabricantes já estão usando a Internet das Coisas (IoT) para rastrear produtos em todo o seu ciclo de vida, a fim de alcançar níveis mais altos de eficiência. A combinação de sensores inteligentes, tecnologia de nuvem e análise está tornando as cadeias de suprimentos mais inteligentes e eficientes, com a capacidade de rastrear cada produto em todas as etapas de seu ciclo de vida.

Podemos listar aqui, alguns exemplos de como a IoT pode ser usada para gerenciar melhor a cadeia de suprimentos:

1 – Controle de inventário – A IoT pode ser usada para fornecer uma visão em tempo real dos níveis de estoque, medindo as quantidades de produtos e, quando necessário, enviando automaticamente um pedido para um fornecedor em caso de estoque esgotado. A disponibilidade do produto pode ser exibida em uma tela para responder às solicitações do cliente. A Eskimo Cold Storage usa etiquetas RFID para rastrear a localização de seus 32 mil paletes em seu armazenamento frio de 10,9 milhões de pés cúbicos, eliminando US$ 208 mil em custos associados à localização de estoques perdidos e US$ 25 mil em estornos anuais devido à perda de mercadorias.

2 – Frete – As empresas estão usando a IoT para monitorar a condição do produto durante toda a viagem, do início ao fim, em vez de depender de testes no final da jornada. A Maersk usa a IoT para monitorar 300 mil contêineres refrigerados contendo produtos frescos que precisam ser transportados em uma faixa estreita de temperatura e umidade. Além de proteger mercadorias perecíveis, a Maersk só precisa inspecionar visualmente 60% de seus contêineres, pois os dados dos sensores dão a certeza de que as mercadorias foram mantidas em boas condições durante o processo de entrega.

3 – Gerenciamento de armazém – usando a IoT, cada peça pode ser rastreada desde quando ela é fabricada até a montagem e envio para o cliente final. O Walmart reduziu o inventário físico de um mês para apenas 24 horas usando drones sofisticados que sobrevoam pelo armazém, digitalizam produtos e verificam itens perdidos. A BMW usa sensores para acompanhar uma peça desde o ponto em que foi fabricada até o momento em que o veículo é vendido em  todas as 31  montadoras localizadas em mais de 15 países, garantindo que tudo chegue ao lugar certo utilizando a quantidade mínima de recursos.

4 – Entrega – A última milha é essencial. A sincronização estimada da hora de chegada pode ajudar as transportadoras a colocarem  os caminhões certos nas áreas corretas, nos momentos adequados, para evitar substituições desnecessárias nas áreas de carga e descarga, além de garantir que outros recursos, como combustível e horas de trabalho não sejam desperdiçados.

A varejista Ocado equipa vans de entrega com uma variedade de sensores IoT para registrar informações valiosas, como localização do veículo, velocidade da roda, rotação do motor, frenagem, consumo de combustível e velocidade nas curvas, para selecionar a melhor rota para uma entrega mais eficiente.

5 – Gerenciamento de fornecedores – Os dados obtidos por meio do rastreamento de ativos também são importantes para permitir que as empresas ajustem seus próprios cronogramas de produção, bem como reconheçam relacionamentos com fornecedores que possam estar gerando custos desnecessários. De acordo com a IBM, até 65% do valor dos produtos ou serviços de uma empresa é derivado de seus fornecedores, o que dá às empresas um enorme incentivo para gerenciar o relacionamento com mais eficiência. A North West Redwater construiu uma nova refinaria de betume em seis quilômetros quadrados e  que incluiu mais de 100 empresas contratadas. Um sistema IoT foi usado para simplificar o processo de integração do contratado, diminuir os custos operacionais e controlar o cronograma do projeto.

Há certas partes do quebra-cabeça que precisam ser implantadas para criar um sistema de IoT funcional, incluindo uma infraestrutura flexível para conformidade com regulamentações, escalabilidade para gerenciar o tsunami de dados de milhares de sensores, bem como uma integração de dados abrangente e integrada.

Vários sistemas diferentes no back office, bem como no chão de fábrica, precisam ser integrados, incluindo gerenciamento do ciclo de vida do produto (PLM), planejamento de recursos empresariais (ERP) e sistemas de gerenciamento de relacionamento com o cliente (CRM) para obter otimização de processos de ponta a ponta. Entretanto, vale a pena investir na IoT para otimizar a cadeia de suprimentos. Com todas as possíveis melhorias no atendimento e na eficiência do cliente, é apenas uma questão de tempo até que a IoT seja uma parte integrante e necessária do gerenciamento da cadeia de suprimentos.

(*) Presidente da Magic Software Enterprises Americas.