Construtechs crescem em meio à pandemia e são a aposta da construção civil para 2021

Redação – 17.11.2020 –

Avaliação é de Wanderson Leite, executivo principal da Prospecta Obras, que destaca um incremento de 23% no universo desse tipo de startups em relação a 2019

As construtechs e proptechs, empresas de tecnologia direcionadas para os setores de construção civil e imobiliária, já cresceram 23% em relação a 2019. A informação é do Mapa das Construtechs e Proptechs 2020, levantamento da Terracotta Ventures. Para destacada por Wanderson Leite, da Prospecta Obras, há explicações para o fenômeno em meio à pandemia.

“Passado o susto inicial e as incertezas trazidas pelo surto de Covid-19, as empresas do setor entenderam que é nas crises que nascem as oportunidades. A tecnologia foi determinante para continuar atendendo a um cliente apressado, exigente e com uma série de restrições de segurança”, diz ele, referindo-se ao segmento imobiliário. Leite destaca que as construtechs encontraram o caminho para apresentar suas soluções que, embora já existisse há algum tempo, ainda sofriam com a resistência de muitas empresas tradicionais do setor.

De acordo com ele, duas tecnologias se destacam: as de sistemas construtivos e as de análises de dados. Os sistemas construtivos garantiram mais agilidade, segurança e um viés ecológico à construção. Elas demonstram que tempo é o recurso mais precioso do cliente, por isso, buscam a otimização dos processos e a redução de desperdícios, promovendo uma obra muito mais eficiente.

Já as de análise de dados, atuam na geração de informações para a indústria, o comércio, o canteiro de obras e até para o consumidor final. De posse dessas informações, a tomada de decisões se torna muito mais assertiva, rápida e precisa. “Com tecnologias como o Big Data, por exemplo, é possível antecipar as demandas, melhorar os planejamentos, a logística e até o relacionamento entre o lojista e o cliente, por exemplo, que entende melhor os padrões de compra”, argumenta Leite.

Para o especialista, o ano de 2020 parece ter sido um divisor de águas para esse e tantos outros setores que se mostravam resistentes à adoção de novos recursos. Ele avalia que – diante da pandemia – as empresas precisaram mudar comportamentos, estar mais abertas à experimentação e, ao que tudo indica, todas sairão muito melhores e mais fortes desse período de turbulência.

“Não é à toa que as previsões apontam para um forte crescimento do setor de construção civil – e para as construtechs, obviamente – em 2021. Os problemas de falta de matéria prima em função do fechamento temporário de muitas indústrias deve se resolver logo nos primeiros meses do ano”, detalha. “Depois, quem cultivou conexões e alianças estratégicas com o mercado e com a tecnologia, deve finalmente começar a colher o que plantou em 2020. O próximo ano será de quem se dedicou a construir pontes. E não estamos falando literalmente”, finaliza.