Coreanos querem implantar o trem Brasília-Goiânia

Da Redação – 16/05/2017 –

O grupo A’REX manifestou interesse ao governo brasileiro de participar do projeto de implantação da linha de média velocidade, cujo custo é estimado em R$ 8 bilhões.

O interesse do grupo coreano foi manifestado às autoridades brasileiras por meio um documento entregue à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que está desenvolvendo estudos para a concessão desse empreendimento e abriu tomada de subsídios para receber contribuições. Na avaliação da A’REX, braço operador de um grupo de empresas coreanas que exploram uma linha de trens de passageiros entre o centro de Seul e o aeroporto internacional da cidade, os investidores privados se interessarão pelo projeto apenas se ele adotar a modalidade de PPP (parceria público-privada) e não o de concessão tradicional.

Por esse motivo, o grupo coreano sugere adaptações à modelagem do projeto de ligação ferroviária de passageiros entre a capital Federal e a capital de Goiás. A mais expressiva delas é que o setor público assuma um aporte de cerca de 3 bilhões de reais, dividido ao longo dos 30 anos de concessão, como forma de garantir a viabilidade econômica do projeto. Sua implantação deve consumir investimentos totais de 8 bilhões de reais, incluindo as obras civis, material rodante e sistemas de comunicação.

A prioridade que os coreanos dão ao projeto pode ser mensurada pela contratação do economista Bernardo Figueiredo, ex-presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), para atuar como consultor do grupo nesse empreendimento. Nessa função, Figueiredo tem mantido reuniões com autoridades do setor para apresentar as sugestões da A’REX. Entre elas está a de que a ligação ferroviária entre Brasília e Goiânia seja exclusivamente para o transporte de passageiros, sem contemplar o de cargas.

Além disso, o grupo sugere que a linha tenha apenas duas paradas intermediárias, em Samambaia (DF) e Anápolis (GO), e que possa explorar receitas adicionais, com a criação de empreendimentos comerciais e imobiliários junto às estações. “Trata-se de algo que a legislação já permite e que funcionaria como um colchão para mitigar o risco de demanda”, disse Bernardo Figueiredo em entrevista à imprensa. A linha terá uma extensão de 207 quilômetros, que será percorrida pelos trens a uma velocidade média de 250 quilômetros por hora.

A avaliação dos especialistas é que, para a viabilidade econômica do projeto, os custos precisam ser adequados para que o preço da passagem fique em torno de 100 reais em uma viagem expressa de ponta a ponta. Segundo Figueiredo, ainda não há um consórcio constituído para disputar a concessão desse projeto e as sugestões do grupo coreano são motivadas pelas oportunidades que ele oferece. O projeto está sendo apresentado pelo governo Federal a diversas empresas nacionais e internacionais, desde construtoras e fabricantes de material rodante, até bancos e fundos de investimentos.