Estratégia de longo prazo favorece MC Bauchemie no Brasil

Da redação – 29.08.2016 – 

Fabricante alemã contrabalança momento crítico da área de construção com a maior penetração em projetos de infraestrutura, inclusive no mercado eólico.

Quando resolveu produzir localmente no país, a multinacional alemã MC Bauchemie adotou sua fórmula de sucesso em outros países e associou-se a parceiros locais. Hoje, a subsidiária brasileira é controlada pela matriz alemã (70%) e tem dois sócios nacionais, que respondem pelos 30% restantes da companhia. A filosofia de pensar a longo prazo também explica a visão de nichos que a fabricante adotou, segundo José Roberto Saleme Júnior, gerente executivo da área de Infraestrutura & Indústria. O executivo destaca, dentro dessa perspectiva, a penetração nos segmentos de energia eólica e nas obras de termelétricas. Sempre com soluções completas de aditivos químicos para o concreto utilizado nos projetos.  

Saleme: visão de longo prazo no Brasil.
Saleme: visão de longo prazo no Brasil.

A diversificação, segundo ele, contrabalança o momento crítico enfrentado pelo mercado de construção. Foi o caso do segmento de energia eólica, no qual a MC Bauchemie fez valer outra de suas táticas – o relacionamento. Como já tinha um histórico de participar de projetos na Europa, inclusive com a fabricante de aerogeradores Wobben, o avanço no Brasil veio com referências. Mesmo em projetos com torres metálicas – e não de concreto – para sustentação dos aerogeradores, os grautes utilizados nas fundações precisam ter um alto desempenho, o que implica dizer a adoção de aditivos. “Nossa atuação técnica sempre foi a de entender o mercado e ter especialistas e não uma visão generalista como a de outros concorrentes”, argumenta Saleme.

Segundo ele, a especialização permite que a MC Bauchemie consiga mostrar o custo  benefício de uso não só de fluidificantes no graute, como das resinas de proteção e dos desmoldantes nas formas de construção das torres. Diferentemente de obras urbanas, onde a definição do traço de concreto é feita, geralmente, pelas construtoras, nas obras de infraestrutura a participação das concreteiras é definitiva. Com isso, a participação de consultores externos é uma realidade. “Nossa ideia é ampliar o diálogo, inclusive com maior integração com a entidade que representa as concreteiras, a Abesc”, explica o executivo.

Na área de termelétricas, a experiência da MC Bauchemie no Brasil envolve dois grandes projetos e a filosofia de especialização envolveu a participação de técnicos europeus que conhecem o assunto. Nesse caso, trata-se de aplicação de pintura como revestimento de proteção de torres, evitando os efeitos agressivos do gás sulfídrico produzido nesse tipo de usina.

Independente dos segmentos, a avaliação de Saleme é que o mercado brasileiro se acomode, com a redução de players de fornecedores de aditivos químicos, inclusive com a aquisição de empresas menores pelos fabricantes de maior porte.