Estudo mostra competitividade dos portos brasileiros na movimentação de contêineres

Redação – 19.11.2019 – 

Avaliação da Agência Nacional de Transportes Aquaviários indica que taxa de movimentação no terminal (THC, da sigla em inglês) em equipamentos refrigerados é menor nas instalações locais do que em portos internacionais

A movimentação dos contêineres refrigerados no Brasil tem um custo menor nos terminais do que em instalações internacionais. A boa notícia veio de um estudo da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), que analisou dados dos 40 principais portos internacionais envolvidos no comércio exterior brasileiro. De acordo com o levantamento, “o valor médio de THC para contêineres refrigerados, tanto de 20 pés quanto de 40 pés, divulgado por quatro grandes transportadores marítimos – CMA-CGM, ONE, Hapag-Lloyd e Hamburg Süd, para os principais portos brasileiros na movimentação de contêineres está significativamente abaixo dos valores divulgados para o conjunto dos demais portos do mundo pesquisados”.

Segundo a agência, os valores para o THC de Santos como porto de origem da operação portuária variaram de US$ 207 a US$ 266 por contêiner, dependendo do transportador marítimo. A comparação com quatro países – Argentina, Holanda, Alemanha e China – mostra a diferença. Tendo como origem o porto de Buenos Aires, tais valores variaram de US$ 265 a US$ 320 por contêiner. O porto de Roterdã variou de US$ 336 a US$ 347. Já o porto de Hamburgo de US$ 286 a US$ 396. As cargas com origem no porto de Hong Kong variaram de US$ 299 a US$ 473 por contêiner.

Tal comportamento, provavelmente, se dá pelas negociações entre os grandes players exportadores de produtos refrigerados brasileiros e as empresas de navegação. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), o Brasil exportou, em 2018, 1,64 milhão de toneladas de carne bovina, consolidando-se como o principal exportador mundial de proteína.

No estudo da Antaq, foram analisados dados dos 40 principais portos internacionais envolvidos no comércio exterior brasileiro, os quais representaram, em 2018, 80% da movimentação portuária, na importação ou na exportação.

Os portos/complexos portuários brasileiros considerados foram: Santos (SP), Itajaí-Portonave (SC), Paranaguá-Antonina (PR), Rio Grande (RS), Itapoá-São Francisco do Sul (SC), Manaus (AM), Suape-Recife (PE) e Pecém-Fortaleza (CE), que, juntos, representaram 85% da movimentação de contêineres do país, em 2018.

A Taxa de Movimentação no Terminal (THC) é o preço cobrado pelos serviços de movimentação de carga entre o portão do terminal portuário e o costado da embarcação, incluída a guarda transitória das cargas pelo prazo contratado entre o transportador marítimo, ou seu representante, e instalação portuária ou operador portuário, no caso da exportação, ou entre o costado da embarcação e sua colocação na pilha do terminal portuário no caso da importação.