Infraestrutura de transporte público de Lima aumentou a empregabilidade das mulheres

Redação – 25.11.2019 –

Segundo Banco Interamericano (BID), acesso mais rápido e seguro pode ter aumentado o nível de emprego na capital peruana

Um estudo do BID, divulgado nessa semana, mostra que o conceito de gênero pode ser aplicado sem as atuais polêmicas. O assunto é direto: a melhoria da infraestrutura de transporte público em Lima teve um impacto no aumento da empregabilidade das mulheres na capital peruana. Estamos falando de metrô e linhas de ônibus do tipo BRT. Com acesso mais rápido e seguro a infraestrutura teria beneficiado as peruanas da capital, segundo o levantamento de cinco especialistas da instituição: Patricia Lynn Scholl, Patricia Yañez-Pagans, Oscar Mitnik, Daniel Martínez e Edgar Salgado.

De acordo com eles, na América Latina e Caribe, as mulheres têm menos acesso a transporte privado e uso do transporte público do que os homens. Elas também são mais sujeitas a ataques de assédio sexual e outros tipos de crimes no sistema de transporte. Além disso, são elas que respondem por muitos serviços domésticos que exigem deslocamentos, caso das compras e do transporte dos filhos para a escola. Para o quinteto do BID, um melhor sistema de transporte público poderia aumentar a empregabilidade das mulheres e a tese foi testada avaliando o sistema de BRT da cidade e a nova linha de metrô.

Linha 1 do metrô e sistema de BRT foram avaliados em conjunto pelo BID

O estudo mostrou que a capital peruana melhorou seu sistema de transporte urbano com a abertura do sistema de BRT, em 2010, e da linha 1 do metrô, em 2012. Os dois sistemas têm monitoramento via câmeras e também um mecanismo de reporte de crimes em cada estação. As instalações são bem iluminadas e têm sido monitoradas por equipes locais de segurança.

O impacto da infraestrutura, de acordo com o BID, pode ser medido, na maior probabilidade de 8% em de as mulheres terem um trabalho com a ativação do BRT e da linha 1. O percentual foi apontado entre 2012 e 2014. O índice dobra, quando o estudo considera o intervalo entre 2015 e 2017. Mais assertivamente: a possibilidade de ser empregada – no caso das mulheres – aumentou de 65,5% para 70% nas áreas próximas ao metrô e ao BRT.

O incremento se deu em função da combinação entre tempos de viagens mais rápidos e da maior sensação de segurança para as mulheres no sistema público de transporte. Outras pesquisas recentes confirmam que as viagens mais curtas e a maior segurança estão entre os fatores mais mencionados pelas mulheres da capital para uso do sistema de BRT e metrô.

Os especialistas do BID não conseguem delimitar o quanto cada um dos fatores influencia o outro pelo nível limitado de dados, mas são claros em afirmar que a infraestrutura melhorada beneficia as mulheres em idade de trabalho.