Geração solar pode contrabalançar custo das termelétricas        

Da Redação – 17.09.2018 –

Estudo identifica redução potencial entre R$ 2 e 7 bilhões nos custos da matriz energética brasileira

O uso da geração solar fotovoltaica pode diminuir a conta de energia para os brasileiros. A indicação é simples: adoção da geração sustentável nos leilões de energia em contraposição à contratação de fontes tradicionais, incluindo as termelétricas. Segundo estudo da Absolar, entidade que reúne a cadeia fotovoltaica no país, a economia estaria entre R$ 2 e 7 bilhões nas contas de luz em menos de cinco anos.

O uso da energia solar seria uma complementação da matriz elétrica brasileira, especialmente no subsistema elétrico da região Nordeste, a mais afetada pela seca e pela falta de disponibilidade de recursos hídricos para operação das hidrelétricas da região. A medida evitaria, também, a liberação de entre 15,4 e 17,9 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera no mesmo período, contribuindo para o cumprimento dos compromissos brasileiros de redução de emissões de gases de efeito estufa, assumidos junto ao Acordo de Paris.

“Por que Trocar termelétricas antigas por outras termelétricas, quando poderíamos estar substituindo as termelétricas fósseis por usinas baseadas em renováveis, a preços menores?”, pergunta o presidente do Conselho de Administração da Absolar Ronaldo Koloszuk. Segundo ele, o trabalho técnico identificou um déficit estrutural de garantia física na matriz elétrica brasileira, ou seja, a necessidade de complementar a geração de energia elétrica, como medida de segurança de suprimento, para atender a projeção de demanda presente e futura.

Termelétricas mais caras foram ativadas e levaram à bandeira tarifária vermelha 

Nos últimos anos, tal complementação, de acordo com o estudo, tem sido realizada através do acionamento recorrente de termelétricas emergenciais, de custo mais elevado e com emissões de gases de efeito estufa, com consequente repasse destes custos à população. Isso contribui para os aumentos tarifários muito superiores à inflação repassados aos consumidores desde 2013.

As termelétricas mais caras do País foram reativadas nos últimos anos como uma medida de segurança de suprimento, por conta da severa crise hídrica que diminuiu a capacidade de geração de energia elétrica das hidrelétricas. Esta medida foi retomada em 2018, levando o país a estabelecer, por meses consecutivos, a “bandeira tarifária vermelha nível 2”, maior patamar de tarifa previsto no setor e que indica elevação no uso de termelétricas fósseis onerosas para suprir a demanda brasileira.